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Ministro francês da Educação defende ensino de árabe nas escolas

O ministro francês da Educação, Jean-Michel Blanquer, manifestou nesta terça-feira (11) seu interesse de implementar o aprendizado da língua árabe nas escolas. A ideia não é inédita e pode, de acordo com seus defensores, contribuir na luta contra a radicalização na França.

Jean-Michel Blanquer, ministro da Educação
Jean-Michel Blanquer, ministro da Educação @Getty Images
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Com informações de Grégoire Sauvage

Convidado pela rádio francesa RMC, Blanquer afirmou que é preciso dar prestígio ao árabe para que sua prática não seja um monopólio de instituições religiosas ou extremistas. “É uma grande língua literária e seu aprendizado não deve se limitar às pessoas de origem magrebina”, disse.

O discurso segue a linha de raciocínio de um relatório do Instituto Montaigne, que diz que o número de alunos aprendendo o árabe no ensino fundamental e médio “foi dividido por dois em vinte anos” e “se multiplicou por dez nas mesquitas”. De acordo com o documento, reforçar o aprendizado nas escolas permitiria uma luta contra a “influência religiosa e o proselitismo”.

Reações diversas

Mas o debate não agrada a todos. Para Adballah Zekri, presidente do Observatório de luta contra a islamofobia, a radicalização ocorre nos lugares exteriores às mesquitas. “Não podemos colocar a culpa nos muçulmanos de forma geral. Não podemos proibir uma criança de aprender sua religião ou de ir à mesquita, do contrário também vamos proibir o catecismo”, argumenta. Ele se diz favorável, entretanto, ao ensino do árabe nas escolas “para se concentrar nos aspectos culturais e civilizatórios.”

A fala de Jean-Michel Blanquer não demorou muito para provocar reações da extrema-direita, bastante sensível à questão da reintrodução da língua árabe na escola. “Trata-se de uma luta contra a radicalização ou de sua entrada na educação nacional?”, interrogou o ex-ministro da Educação Luc Ferry.

“Nos dias de hoje, todos os nossos esforços devem ser gastos no aprendizado da língua francesa”, estimou a deputada Laurence Sailliet, do partido Republicanos, de direita. Já Louis Alliot, deputado do Reunião Nacional, antigo Frente Nacional, de extrema-direita, vai mais longe e denuncia uma “ideologia de submissão.”

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