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França

Governo francês escapa de moção de censura histórica da oposição

O governo francês enfrentou nesta terça-feira (31) duas moções de censura apresentadas pelo partido Os Republicanos, de direita, e pelos grupos de esquerda (França Insubmissa, Comunistas e Socialistas), após o escândalo envolvendo um ex-assessor de segurança do presidente Emmanuel Macron. Apesar de estar sendo apresentada como a pior crise já enfrentada pelo chefe de Estado desde a sua eleição em maio de 2017, as duas moções, que poderiam resultar na queda do governo, foram rejeitadas.

Primeiro-ministro Edouard Philippe foi aplaudido de pé ao dizer que a moção de censura visa bloquear as reformas do governo.
Primeiro-ministro Edouard Philippe foi aplaudido de pé ao dizer que a moção de censura visa bloquear as reformas do governo. REUTERS/Philippe Wojazer
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Os membros da oposição exigiam explicações sobre o caso do colaborador do chefe de Estado, Alexandre Benalla, filmado agredindo manifestantes durante os protestos de 1º de maio. O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, respondeu às perguntas dos deputados antes do voto e defendeu a posição de Macron, acusado de ter demorado muito para reagir após a divulgação das imagens de seu ex-assessor de segurança durante um protesto.

Além de ter agredido um manifestante, Benalla estava usando uma braçadeira e um capacete da polícia. E desde a revelação das imagens, outros vídeos de possíveis ações truculentas envolvendo o segurança já foram divulgados.

Macron vem sendo acusado de ter minimizado o escândalo, classificando o caso como "tempestade num copo d'água", antes de demitir o ex-assessor. “O que deveria ter sido feito foi feito”, declarou Philippe. Segundo o chefe do governo, o episódio “não permite que ninguém fale de derrapagem monárquica ou impunidade”, insistiu.

“O que aconteceu no dia 1° de maio não representa a presidência de Emmanuel Macron”, martelou o premiê. O chefe do governo foi aplaudido ao dizer que o objetivo da oposição com as moções é apenas bloquear as reformas que o presidente tenta implementar.

Em seguida, os deputados votaram as duas moções de censura. A primeira, apresentada pela direita, teve a adesão de 143 deputados, enquanto a segunda, proposta pela esquerda, teve 74 votos. Ambas foram rejeitadas, já que, para derrubar o governo e afastar Macron, eram necessários 289 votos.

O voto é visto como um momento delicado para o presidente. Afinal, mesmo se desde o início da Quinta República francesa, em 1958, mais de cem moções foram apresentadas, essa é a primeira vez que duas moções de censura eram submetidas simultaneamente.

A única vez que o procedimento resultou na queda de um governo foi em 1962, durante o mandato do então presidente Georges Pompidou.

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