Vídeo gera polêmica ao incitar boicote de produtos israelenses em supermercados da França
Um vídeo divulgado nas redes sociais gerou polêmica na França nessa semana: as imagens mostram um cliente da rede de supermercados Carrefour discutindo com um dos responsáveis da loja e criticando o fato de que produtos israelenses sejam propostos a adeptos do Islã em pleno período de Ramadã, época sagrada de jejum. O jornal conservador Le Figaro fala de “preocupantes operações anti-Israel”.
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“Os produtos estão no meio das prateleiras destinadas aos praticantes do Ramadã, do ponto de vista ético isso é uma afronta aos clientes muçulmanos!”, critica o homem no vídeo que foi publicado na página “Stop Boycott”, que milita contra o boicote de Israel na França. “Vendam produtos da Argélia, por favor, somos clientes de longa data, nós contribuímos com as atividades do Carrefour. É fora de questão comprarmos produtos israelenses!”.
O responsável da loja tenta acalmar o militante, retirando os produtos israelenses, e afirmando que “o Carrefour não se mete em política”. “Sim, vocês se metem em política, mesmo sem perceber, ou fingindo não perceber”, retruca o consumidor. “Eles estão fuzilando palestinos em Gaza, centenas foram mortos desde o final de março. Não estou aqui para financiar a ocupação, o colonialismo e a matança israelense. É o mínimo que podemos fazer como consumidores responsáveis e inteligentes”, afirma.
“Incitação ao boicote é crime”
A página Stop Boycott, por sua vez, se opõe à ação do militante e pede que o Carrefour tome uma atitude legal. Para Francis Kalifat, presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (CRIF), “incidentes como esse, que se multiplicam, são como atos antissemitas”.
A Secretaria Nacional de Vigilância Contra o Antissemitismo (SNVCA) depositou duas denúncias contra as ações ocorridas nos supermercados Carrefour e Grand Frais. “Recebemos um número considerável de mensagens de internautas, profundamente indignados com a passividade do diretor e dos funcionários do Carrefour, que cederam às ameaças e à intimidação do cliente”, afirmou o presidente da SNVCA, Sammy Ghozlan.
“Esse discurso mostra a influência nefasta da falta de informação jornalística na França e da propaganda palestina. A SNVCA lembra que a incitação ao boicote é um delito previsto e reprimido por lei, como o roubo ou o estupro”, continua Ghozlan. “Os cidadãos judeus não suportam mais esse tipo de abuso.”
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