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França

Reformas de Macron beneficiam principalmente os mais ricos na França, diz estudo

Um estudo realizado pelo Observatório Francês de Conjunturas Econômicas (OFCE) avaliou as consequências das medidas sociais e fiscais implementadas pelo presidente Emmanuel Macron. Segundo a pesquisa divulgada nesta segunda-feira (15), as reformas terão pouco impacto na vida de boa parte da população, mas beneficiarão principalmente os mais ricos.

De acordo com um estudo do OFCE, as famílias mais ricas sairão ganhando com as reformas fiscais do governo Macron.
De acordo com um estudo do OFCE, as famílias mais ricas sairão ganhando com as reformas fiscais do governo Macron. REUTERS/Francois Mori/Pool
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O OFCE explica que os primeiros resultados das medidas impostas por Macron não devem ser sentidos em 2018. Mesmo assim, o think tank, conhecido por sua tendência à esquerda do tabuleiro político, afirma que os lares mais pobres e aqueles que se situam logo abaixo dos 5% mais ricos do país vão sofrer uma queda no nível de vida já este ano.

Segundo o estudo do OFCE, a revalorização dos índices de renda mínima prevista para o final de 2018 “não vão compensar os aumentos fiscais indiretos” impostos sobre produtos como tabaco ou ainda a eletricidade. Este ano, os 5% dos mais pobres do país verão seu nível de vida cair uma média de 0,6%, atesta o grupo de reflexão.

Por outro lado, o Observatório afirma que, tanto em 2018 como em 2019, os principais beneficiários das diferentes medidas anunciadas pelo governo serão os mais ricos, que verão seu nível de vida aumentar 1,6%. Entre essas mudanças estão a reforma fiscal, que diminui drasticamente o Imposto sobre a fortuna (ISF), indexando-o aos bens imobiliários.

No entanto, o estudo assinala que essa política pode trazer frutos positivos para boa parte da população. Mas para isso será preciso esperar. “No final de dois anos, cerca de € 6 bilhões serão injetados na economia e todos sairão ganhando. Essa política não é feita em detrimento dos mais modestos”, analisa Mathieu Plane, um dos economistas do OFCE, entrevistado pelo jornal Le Monde. Porém, ele lembra que mesmo se todos sairão ganhando, os mais ricos ainda serão os mais beneficiados.

O governo, acusado frequentemente por seus opositores de promover um orçamento voltado para os mais abastados, rebate as críticas e afirma que as medidas devem melhorar o poder aquisitivo de todos os franceses. “A solução para nosso país é criar mais riquezas. Com isso, com o tempo nós poderemos distribuir essas riquezas e continuar mantendo um nível de desigualdade aceitável”, comentou uma fonte no ministério da Economia. “Se nossa política cria mais crescimento, ela cria mais empregos”, enfatizou.

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