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Ataque a militares reabre debate sobre eficácia de operação Sentinela na França

Os principais jornais franceses desta quinta-feira (10) reabrem o debate sobre a operação Sentinela, instalada na França após os atentados terroristas de janeiro de 2015. A questão volta à tona após o atropelamento de um grupo de militares na quarta-feira (9) em Levallois-Perret, na região parisiense, o sexto ataque contra soldados franceses desta operação em apenas dois anos.

Militares da operação Sentinela patrulham região da torre Eiffel, em Paris.
Militares da operação Sentinela patrulham região da torre Eiffel, em Paris. ©Ludovic MARIN / AFP
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"Os Sentinelas viraram alvo", publica o jornal Aujourd'hui en France em sua manchete de capa. O diário lembra que cerca de sete mil militares trabalham desde 2015 ao lado das forças de ordem para garantir a segurança civil. "Mas em um momento em que o exército francês é fortemente solicitado em terras estrangeiras, a mobilização de milhares mulheres e homens para uma missão com efeitos essencialmente psicológicos suscita cada vez mais interrogações", escreve.

Aujourd'hui en France entrevista um capitão que resolveu deixar o exército em protesto contra a operação Sentinela. "Foi a gota d'água", diz o militar ao jornal. Segundo ele, falta ajustar o discurso do Estado aos meios que são engajados para que os soldados do dispositivo cumpram suas missões. "Quando somos tomados como alvo, os políticos nos visitam no hospital, mas, 48 horas depois, ninguém diz mais nada. É deprimente", desabafa o capitão.

"Operação deveria ser temporária", diz Libération

"A operação militar Sentinela no centro das críticas", diz a manchete da matéria publicada sobre o assunto no jornal Libération. O dispositivo instaurado em 2015 e que deveria ser temporário continua até hoje, publica o diário. O texto ressalta que, quando informados que a operação perduraria, uma onda de demissões foi registrada nas Forças Armadas francesas.

A alta hierarquia militar reconhece o problema. Em entrevista ao Libé, um general francês explica que quando os militares se alistam, eles esperam ser enviados a missões fora do país e, segundo ele, não a estações de trem da capital francesa. Por isso, ele defende que os objetivos da operação sejam revisados.

O governo francês já anunciou que o dispositivo deve ser modificado a partir de setembro, mas segundo a ministra das Forças Armadas, Florence Parly, "os Sentinelas continuarão trabalhando enquanto forem considerados úteis na proteção dos franceses".

Militares são alvos privilegiados dos terroristas

"Militares e policiais: alvos privilegiados dos jihadistas", diz a manchete de capa do jornal Le Figaro. Para o diário, "mais uma vez, os símbolos da República foram visados" no ataque da quarta-feira. Mas, segundo o jornal, esse não é o momento de baixar a guarda.

De acordo com Le Figaro, a França se comprometeu a realizar uma longa guerra contra os jihadistas, que continuarão colocando o país no alvo do terror até que sejam vencidos. Por isso, segundo o diário, nenhuma restrição deve ser tolerada, seja no reforço do arsenal jurídico, seja no orçamento das Forças Armadas e da polícia francesa. "O perigo continua em todo o lugar", conclui.

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