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França/Eleições

Batalha parlamentar não será fácil para Emmanuel Macron

E, agora, começa o terceiro turno da campanha na França. Assim, a imprensa define nesta terça-feira (9) a nova etapa até as eleições legislativas de 11 e 18 de junho, fundamentais para a construção de uma maioria parlamentar de apoio ao presidente eleito, Emmanuel Macron.

O principal assunto da imprensa francesa nesta terça-feira (9) são as eleições legislativas de junho na França.
O principal assunto da imprensa francesa nesta terça-feira (9) são as eleições legislativas de junho na França.
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Chamando Macron de monarca, o jornal comunista L'Humanité estima que o futuro presidente não tem legitimidade para aplicar seu programa de reformas. O diário chama a atenção para o fato de que "apenas 20% dos eleitores que votaram em Macron aderiram, por convicção, ao seu programa social liberal".

Cresce na imprensa a desconfiança de que Macron é centralizador e pode se revelar autoritário. Um documentário exibido ontem à noite pelo canal France 3, assinado por Pierre Hurel, mostra o perfil de um político inteligente, ambicioso, otimista e voluntário, porém solitário, respaldado principalmente pela mulher, Brigitte, com quem mantém uma relação fusional. Não se vê uma equipe atrás do presidente, observam preocupados alguns comentaristas.

Para o jornal conservador Le Figaro, Macron tem razão em querer agir rápido e em profundidade nas reformas, mas a grande questão no ar é de que maneira ele conseguirá implementar seu programa, se não dispuser de maioria parlamentar. Os olhos estão voltados à composição da equipe de governo e principalmente à nomeação do primeiro-ministro, responsável pela batalha parlamentar. Como vários nomes circulam, mas nenhum parece se encaixar no disco duro de Macron, fica a dúvida se o futuro chefe de governo será próximo da atual maioria socialista ou se Macron irá compor com a direita do ex-presidente Nicolas Sarkozy.

Le Monde adverte sobre a importância na escolha dos ministros, destacando que Macron não deve cometer os mesmos erros de François Hollande e da direita, que tiveram ex-ministros denunciados por fraude fiscal e nepotismo. A honestidade, a competência e a atenção à crise social, que não acabou com a publicação dos resultados no domingo, devem guiar o novo presidente, segundo o jornal.

Duas visões de mundo voltarão ao teste das urnas

Na avaliação do jornal de esquerda Libération, se Macron conquistar uma maioria parlamentar centrista, pró-europeia e social-liberal, ele vencerá sua aposta ante a direita nacionalista, antieuropeia, e também ante a esquerda radical   aliás não muito diferente da extrema-direita, assinala o Libération. A direita e a esquerda tradicionais serão relegadas às prateleiras da história política, deixando o terreno livre para o enfrentamento entre aqueles que aceitam a globalização e os que recusam esse processo, conclui o Libération.

O jornal católico La Croix assinala que os franceses irão às urnas em junho com uma proposta clara: se não derem a maioria a Macron, o projeto político e econômico do presidente eleito será fragilizado. Ter maioria no Parlamento é essencial para a execução de um bom governo, reitera o diário. La Croix estima que a coabitação com um chefe de governo de outro partido, que não o presidencial, não seria construtiva para o país.

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