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Partidários do Brexit preferem Le Pen a Macron, diz imprensa britânica

Uma vitória do centrista Emmanuel Macron, pró-Europa e favorito nas pesquisas, no segundo turno da eleição presidencial francesa seria mal recebida pelos partidários do Brexit, que acreditam que a candidata de ultra-direita Marine Le Pen se ajusta melhor a seus interesses.

REUTERS/Dado Ruvic/Illustration
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Os meios de comunicação britânicos, prós e contra a União Europeia, chegaram à mesma conclusão no dia seguinte ao primeiro turno (27 de abril): se Emmanuel Macron for eleito em 7 de maio, não facilitará a tarefa para a primeira-ministra britânica, Theresa May, nas árduas negociações para a saída do bloco.

"Emmanuel Macron seria ruim para o Brexit e para Theresa May", apontou o jornal conservador contra a Europa, Daily Telegraph. "Macron pode fazer uma árdua pechincha nas negociações do Brexit", escreveu The Guardian, pró-europeu e de esquerda.

Após o referendo de 23 de junho de 2016, no qual venceu a opção pelo Brexit, May ativou o processo de divórcio com a União Europeia em 23 de março, anunciando que queria sair do mercado único para recuperar o controle sobre a imigração, negociando uma nova relação comercial com o bloco dos 27 que seja mais favorável para seu país. No entanto, está longe de partir de uma posição de força neste exercício, que deve durar dois anos no máximo, diante de dirigentes europeus desejosos de impedir a saída de qualquer outro país.

O jornal econômico Financial Times também apontou "toda uma série de razões" pelas quais a eleição de Emmanuel Macron "poderia complicar consideravelmente a situação para os britânicos". Entre essas, a de que Macron é "um europeu convicto" pouco disposto a fazer concessões a quem deixa o bloco e que, como ex-banqueiro no Rothschild, vê nisso uma oportunidade de maximizar a posição financeira de Paris em detrimento da 'City' londrina, segundo alguns analistas.

Macron, o inimigo número um dos eurocéticos

Em seu programa eleitoral, Macron dedica todo um capítulo sobre a Europa e suas vantagens, não deixando qualquer margem de exceção para os britânicos. "Na discussão do Brexit, defenderemos a integridade do mercado único europeu. Todas as empresas que o integre devem se submeter à mesma disciplina", escreve.

Recebido em Londres no final de fevereiro por Theresa May, assegurou que queria "um Brexit justo que proteja os interesses franceses e europeus". "O melhor acordo comercial para o Reino Unido (...) é a adesão à UE", lançou durante uma reunião eleitoral no Palácio de Westminster.

"À primeira vista, isso cai mal porque Macron defende uma linha dura sobre a questão do Brexit, dizendo que a UE deve permanecer firme com o Reino Unido para dar exemplo a outros países que podem estar tentados a seguir o mesmo caminho, enquanto que Marine Le Pen expressou que entendia a posição britânica".

"O inimigo é Macron!", disse à rádio LBC Nigel Farage, ex-dirigente do partido anti-europeu UKIP e grande paladino do Brexit, que espera uma vitória de Le Pen. "Quer reforçar Bruxelas e isso não serve a nossos interesses, enquanto que Juncker e outros se colocam de acordo para nos castigar", disse, referindo-se ao presidente da Comissão Europeia.

(Informações AFP)
 

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