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Imprensa

Macron se impõe em debate "vulgar" antes do segundo turno, diz imprensa francesa

Os jornais franceses que chegaram às bancas na manhã desta quinta-feira (4) repercutem o debate de ontem à noite na televisão, entre o candidato centrista, Emmanuel Macron, e a líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, na reta final da campanha eleitoral.

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"O baixo nível da Frente Nacional", essa é a manchete de capa do jornal Libération, que reclama do tom virulento do debate, ditado por Marine Le Pen. Discutir com a líder da extrema-direita é impossível, diz a principal matéria do diário. "Entre agressão e demagogia, Le Pen arruinou o encontro, obrigando Macron, mais preciso, a permanecer na defensiva, resultando em um debate confuso", escreve Libé.

Em editorial, o redator-chefe do Libération, Laurent Joffrin, não poupa críticas à postura da líder da extrema-direita neste último encontro antes da eleição. "Francamente, ela não tem condições", escreve o jornalista. "Se tivermos que descrever a qualidade dos argumentos em uma expressão, Marine Le Pen joga na segunda divisão", considera.

Metralhadora giratória

Para o redator-chefe do Libé, há muita coisa a criticar nos projetos de Emmanuel Macron, mas não da forma como a candidata da extrema-direita o fez, segundo o jornalista, "com uma enorme artilharia que lança sem interrupção e de qualquer forma os mesmos argumentos, sem nenhum raciocínio", utilizando um discurso cheio de "insinuações pessoais", extremamente agressivo, discriminatório, xenófobo e de uma demagogia brutal. Um comportamento, segundo Joffrin, que só ajudou a destacar Emmanuel Macron, que soube reagir e, segundo ele, dominar o debate.

O jornal Le Figaro tem a mesma opinião. "Macron aguenta o choque e se impõe frente à Le Pen", é a manchete de capa do diário. "Diante de um debate de inéditas brutalidade e vulgaridade, o líder do centrista dominou a adversária". Em editoral, o diário considera que o encontro foi o mais violento da história da campanha eleitoral francesa.

Le Pen “abracadabrante”

Além disso, o jornalista Paul Henri du Limbert salienta que, "dramaticamente vaga em relação ao financiamento de suas promessas, Le Pen se tornou 'abracadabrante' quando evocou o projeto mortífero em que a França deixaria o euro, mas sem realmente deixá-lo", uma proposta tão louca que nem mesmo ela parece acreditar, escreve o editorialista. Para Le Figaro, se Macron ganhar a eleição no domingo (7), é preciso esperar que a França evolua. Porque, em caso de fracasso, "não poderemos nem imaginar como será um debate em 2022, na próxima eleição".

"Esperávamos um debate tenso. Mas ele foi brutal", considera o diário Aujourd'hui en France. "Não ouve nem mesmo um segundo de cortesia, de simpatia ou simplesmente de educação: desde o início do encontro, às 21 horas de Paris, Marine Le Pen inaugurou a sessão de hostilidades", escreve. "Banqueiro frio", "homem do sistema", "sombra de François Hollande", a líder lançou tudo isso e muito mais em menos de 2 minutos de introdução.

Mesmo tendo assustado e surpreendido boa parte dos eleitores, se esse duelo serviu para alguma coisa, foi para deixar bem claro as diferenças do programa de cada um, nos planos econômicos, da segurança ou sobre a Europa, escreve o editorialista do Aujourd'hui en France, Donat Vidal Revel. "Domingo, os franceses terão a escolha entre dois finalistas completamente opostos", conclui.

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