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França

Marine Le Pen rejeita véu islâmico em reunião com autoridade sunita no Líbano

A candidata da extrema-direita à eleição presidencial na França, Marine Le Pen, protagonizou um polêmico episódio no Líbano nesta terça-feira (21). Em visita ao país, ela se recusou a usar o véu islâmico para encontrar a mais alta autoridade sunita do mundo. Resultado: a reunião foi cancelada.

Marine Le Pen recebeu um véu para utilizar durante o encontro com a maior autoridade sunita no Líbano presidida pelo mufti.
Marine Le Pen recebeu um véu para utilizar durante o encontro com a maior autoridade sunita no Líbano presidida pelo mufti. Reuters
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Marine Le Pen realiza uma visita ao Líbano e encontrou, pela primeira vez, na segunda-feira (20) um chefe de Estado estrangeiro, o presidente libanês Michel Aoun. Hoje, em seu último dia de visita ao país, a presidente do partido Frente Nacional tinha agendado uma reunião com o mufti libanês em Beirute. Mas ficou furiosa quando, ao chegar ao local, recebeu um véu.

"Não colocarei o véu", disse, incisiva, aos jornalistas que cobririam a reunião. "Ontem indiquei que não o usaria e não cancelaram o encontro. Acreditei, portanto, que aceitariam que não usasse um véu. Tentaram me impor isso", declarou.

Na França, a candidata da extrema-direita já provocou diversas polêmicas envolvendo fiéis da religião muçulmana e suas tradições. 

Comportamento de Le Pen é "inadequado"

Em um comunicado, Dar al-Fatwa, a maior autoridade sunita no Líbano presidida pelo mufti, declarou que "seu gabinete havia informado a candidata presidencial sobre a necessidade de cobrir a cabeça durante sua reunião com sua eminência, segundo o protocolo de Dar al-Fatwa". A instituição se declarou "surpresa por esta rejeição" indicando que essa é "uma norma bem conhecida". O comunicado classificou o comportamento de Marine Le Pen como "inadequado".

A atitude da líder da extrema-direita foi elogiada por seu "braço direito" na Frente Nacional, o deputado europeu Florian Philippot. "Foi uma mensagem magnífica de liberdade e de emancipação enviada às mulheres da França e do mundo", escreveu em seu Twitter.

Defesa de Bashar al-Assad

Além do episódio do véu, Marine le Pen também irritou algumas lideranças libanesas ao defender o presidente sírio, Bashar al-Assad. Na reunião de segunda-feira com o primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, a candidata à presidência declarou que Assad é "a única solução viável" para impedir a progressão do grupo Estado Islâmico na Síria.

Além disso, afirmou que Beirute pode reconduzir facilmente os refugiados sírios de volta ao seu país de origem quando a guerra acabar. O Líbano acolhe cerca de um milhão de refugiados sírios.

"As declarações de Marine Le Pen são um insulto ao povo libanês e ao povo sírio", reagiu o chefe da minoria drusa no Líbano, Walid Joumblatt.

Já Sami Gemayel, chefe do partido cristão Kataeb, também criticou a defesa do presidente sírio. "O extremismo acaba com os fundamentos da civilização. Não lutamos contra isso apoiando ditaduras, mas apoiando as forças moderadas e difundindo valores de tolerância, diversidade e democracia", avaliou.

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