Pilotos da Air France preparam nova greve durante Eurocopa
Os sindicatos dos pilotos da Air France convocaram uma nova greve a partir deste sábado (11), o que deve atrapalhar a vida dos viajantes em plena Eurocopa. Os funcionários protestam contra a degradação das condições de trabalho, enquanto a companhia aérea contesta as reivindicações da categoria, consideradas abusivas.
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Os sindicatos optaram por uma greve repartida durante o dia. Alguns funcionários cruzarão os braços pela manhã, outros no meio da tarde e os demais durante a noite, o que deve provocar uma série de transtornos no espaço aéreo francês e europeu. Segundo a companhia aérea, apenas 25% dos pilotos aderiram ao movimento, mas isso já deve provocar a anulação de 20% a 30% dos voos no sábado.
Uma das principais razões da revolta é a divisão dos voos de longa distância entre a Air France e a KLM, que fazem parte do mesmo grupo. Segundo os sindicatos, a companhia francesa teria perdido 63% de suas rotas para a sócia holandesa.
Para reestabelecer um equilíbrio, os sindicatos exigem a compra de 27 aviões, o que custaria € 4 bilhões aos cofres da Air France. A direção lembra que uma transação dessas dobraria a dívida da companhia, que já sofre com a concorrência das empresas de baixo custo.
Eurocopa pode ser afetada pela greve
Após ter negociado durante nove meses com a direção da empresa, dois dos principais sindicatos de pilotos (Spaf e SNPL) se lançaram em novas discussões com companhia, poucas horas antes da paralização anunciada para sábado.
Os grevistas rejeitam a acusação de que teriam lançado a paralisação durante a Eurocopa para pressionar a empresa. No entanto, mesmo se os representantes sindicais afirmam que trata-se apenas de uma “coincidência do calendário”, é impossível não lembrar da greve realizada pela Air France em 1998, às vésperas da Copa do Mundo na França, quando um acordo foi assinado entre as partes na abertura no Mundial.
Os passageiros com voos marcados a partir de sábado serão informados pela Air France sobre as possíveis anulações. Segundo o presidente da companhia, Frédéric Gagey, o objetivo é tentar não afetar as rotas que passam pelas cidades onde os jogos da Eurocopa serão realizados.
A empresa já calcula que a greve vai custar entre € 5 milhões e € 6 milhões por dia.
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