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"Fan zones" da Eurocopa viraram polêmica e preocupação na França

A preocupação com a segurança das "fan zones" durante a Eurocopa é assunto em vários jornais franceses desta terça-feira (31). A dez dias do início da competição esportiva que deverá acolher entre 7 e 8 milhões de torcedores europeus, a imprensa francesa traz reportagens e análises sobre os riscos e as ameaças que pairam sobre o evento.

A "fan-zone" de Paris sendo montada perto da Torre Eiffel em foto tirada em 9 de maio de 2016.
A "fan-zone" de Paris sendo montada perto da Torre Eiffel em foto tirada em 9 de maio de 2016. REUTERS/Gonzalo Fuentes
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Le Figaro dedica três páginas ao tema e lembra que as "fan zones" foram criadas na Eurocopa de 2008 pela UEFA, para que torcedores pudessem se reunir em espaços criados ao ar livre, para ver jogos em telões.

As "fan zones" são montadas normalmente no centro das cidades-sede da competição e estão sob a responsabilidade das autoridades locais. Normalmente abertos de meio-dia à meia-noite sem interrupção,  esses espaços reprisam os 51 jogos e concentram multidões. Na França, onde a "ameaça terrorista é mais forte do que nunca", a realização dessas "fan zones" suscita muitas interrogações, afirma Le Figaro. Elas viraram alvo preferencial e é difícil garantir uma segurança total, diz o jornal.

A realização ou não desses eventos divide moradores e a classe política. Mas os sindicatos dos policiais temem não apenas o terrorismo. Para eles, a maior preocupação é com os hooligans, os torcedores violentos que costumam provocar vandalismo, de acordo com o diário.

O primeiro-ministro Manuel Valls confirmou que as "fan zones" vão ser controladas e protegidas por seguranças públicos e particulares e, salvo "ameaça concreta", serão mantidas. Segundo Le Figaro, a "fan zone" de Paris, instalada perto da Torre Eiffel, é a que exige mais atenção, pelo simbolismo que representa. É uma “vitrine mundial” onde será instalada um telão gigante de 420 metros quadrados e acolherá cerca de 1 milhão de visitantes durante o mês da competição, afirma a reportagem.

Orçamento estourado

Le Figaro fez um giro pelas principais sedes da Eurocopa e informa que em Bordeaux, na segunda maior "fan zone" do país, os gastos com o evento e particularmente com segurança fizeram o orçamento explodir. De € 1,9 milhão de euros previsto inicialmente, os gastos passaram para € 5,5 milhões, de acordo com Le Figaro.

Le Parisien mostra como a Eurocopa se transformou em um evento político na França. Depois do ex-presidente Nicolas Sarkozy expressar suas dúvidas sobre a manutenção das "fan zones", um dos líderes da direita francesa, Christian Estrosi, presidente da região PACA, no sul, onde fica Nice, pediu ao governo autorização para adotar um sistema de reconhecimento facial para identificar suspeitos de terrorismo. A proposta foi rejeitada, segundo uma fonte do governo.

O jornal lembra que em meados de abril, a cidade do sul da França, que tem 1.284 câmeras de vigilância nas ruas, fez uma simulação, com figurantes, de uma operação policial para identificar pessoas eventualmente suspeitas. O teste foi acompanhado de perto e com muito interesse pela polícia judiciária e outras instituições, afirma Le Parisien.
 

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