Greves em Paris afetam setor do turismo

As greves em Paris estão atingindo em cheio o turismo, já afetado pelo temor de novos atentados depois dos ataques de 13 de novembro. As previsões são alarmantes, de acordo com a entidade que representa o setor hoteleiro.

As greves em Paris bêm contribuindo para o sumiço dos turistas ALAIN JOCARD / AFP

Para Evelyne Maes, presidente da UMIH (União das Profissões e de Indústrias de Hotelaria), na região parisiense, houve uma queda entre 20% e 50% nas reservas para junho e agosto, em relação ao mesmo período do ano passado.

Em um comunicado, Frédéric Valleutoux, presidente do Comitê Regional do Turismo de Paris, diz “não ver uma saída para a crise no turismo a curto prazo”. Segundo ele, " os eventos sociais e as cenas de guerrilha em Paris, difundidas no mundo inteiro, reforçam o sentimento de medo e de incompreensão dos visitantes”. A prorrogação do estado de emergência contribui para “o clima de ansiedade”, diz.

Nos quatro primeiros meses do ano, o Revpar, índice que mede a atividade no setor, registrou uma baixa de 12%, segundo a UMIH. Os hotéis 5 estrelas, mais frequentados por uma clientela estrangeira, tiveram uma queda de cerca de 16%. Nessa categoria, a previsão é de uma taxa de ocupação de 5% a 6%.

Um dos principais motivos desse cenário é o sumiço dos turistas japoneses, especialmente sensíveis às questões de segurança, caiu cerca de 56% em relação ao primeiro trimestre de 2015. Os atentados de novembro de 2015 em Paris tiveram um impacto estimado em € 270 milhões no volume de vendas dos hotéis franceses, segundo a Consultoria MKG Hospitality.

Setor aposta na Eurocopa

O setor agora aposta na Eurocopa, que começa no próximo dia 10 de junho. São esperados mais de 2,5 milhões de espectadores no evento. Nesta segunda-feira, a prefeita de Paris e o chanceler francês, Jean Marc Ayrault, lançam uma campanha para promover a capital francesa e tranquilizar os turistas potenciais.

Pilotos da Air France anunciam greve em junho

Os pilotos da Air France votaram a favor de uma longa greve nesta segunda-feira (30) durante um referendo do Sindicato Nacional dos Pilotos do Linha, mas por enquanto, nenhuma data foi fixada. Os pilotos se opõem à aplicação de medidas pela empresa, a partir do dia 1° de junho, que visa reduzir a remuneração dos funcionários. Cerca de 68% dos assalariados se disseram favoráveis a uma paralisação longa no próximo mês. De acordo com o presidente da Air France, Alexandre de Juniac, que está deixando o cargo, uma nova greve pode ser considerada um ato de “sabotagem.”