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Terrorismo

Silêncio de terrorista do 13 de novembro revolta famílias das vítimas

Ele participou dos massacres de 13 de novembro em Paris e é suspeito de ter ajudado também nos ataques de Bruxelas, em 22 de março. Preso na Bélgica e recentemente transferido à capital francesa, Salah Abdeslam deveria esclarecer alguns pontos dos atentados durante seu interrogatório, mas se negaoua falar. As famílias das vítimas não escondem sua revolta com a atitude do agressor.

Frank Berton, advogado de Salah Abdelsalam diz que seu cliente é quem decidirá qual será o melhor momento para se expressar sobre os atentados de 13 de novembro.
Frank Berton, advogado de Salah Abdelsalam diz que seu cliente é quem decidirá qual será o melhor momento para se expressar sobre os atentados de 13 de novembro. REUTERS/Gonzalo Fuentes
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O interrogatório, previsto para a última sexta-feira (20) deveria durar o dia inteiro, mas foi finalizado rapidamente. O único sobrevivente dos comandos que executaram 130 pessoas em Paris se recusou a falar. "Salah Abdeslam recorreu a seu direito ao silêncio, negando-se a responder as perguntas dos juízes", informou a promotoria de Paris.

A decisão do francês de 26 anos escandalizou as famílias das vítimas. "O comportamento de Salah Abdeslam é um ataque grave à memória das vítimas!", disse ao jornal Le Figaro uma das advogadas que representa os familiares dos mortos nos ataques de 13 de novembro.

Outro advogado, Olivier Morice, se declarou chocado com a decisão do terrorista. "Ele não quis falar e suas declarações, diante do juiz deram a entender que ele não tem intenção de se pronunciar futuramente", ressalta. Para a rádio Europe 1, Morice explicou que essa é uma estratégia de manipulação e de instrumentalização midiática, o que classifica como "nojento" e que, segundo ele, "mostra a verdadeira personalidade de Abdeslam e seu desdém pela dignidade das pessoas".

Segundo Georges Salines, presidente da associação 13 de Novembro: Fraternidade e Verdade e pai da jovem Lola, que morreu na sala de shows Bataclan, é preciso ter paciência. "É cedo para ter uma previsão de quanto tempo durará o processo", avalia.

Já o advogado de Abdeslam, Frank Berton, alega que seu cliente é quem decide quando deverá se expressar sobre os ataques. "Ele sabe qual momento deve escolher para falar", defende. A explicação de Berton não deve ajudar a aliviar a irritação das famílias.

Familiares das vítimas serão recebidos pelos juízes responsáveis pelo caso

Para aliviar o descontentamento dos familiares das vítimas, os juízes responsáveis pelo caso realizarão diversas reuniões a partir desta terça-feira (24). Os encontros serão "simbólicos", mas terão por finalidade expor o estado das investigações.

As famílias tinham a esperança de obter mais informações sobre as motivações dos ataques junto a Abdeslam e expressam sua frustração diante da atitude do terrorista e do encontro com representantes da justiça.

"Perdi tudo. Essas reuniões não vão trazer meu pai de volta, não mudarão nada e nem impedirão que outros atentados sejam perpetrados", diz Sophie Dias, cujo pai foi morto no Stade de France.

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