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França

Universitárias promovem "Dia do Hijab" na Sciences Po de Paris

Uma iniciativa de universitárias muçulmanas em uma das instituições de ensino superior mais prestigiosas da França, a Sciences Po de Paris, causou polêmica nesta quarta-feira (20). O "Dia do Hijab" foi promovido, segundo as organizadoras, com o objetivo sensibilizar os franceses e dar voz às mulheres que usam o véu islâmico.

Organizadoras do "Dia do Hijab" convidavam universitárias da Sciences Po de Paris a provarem o véu islâmico nesta quarta-feira (20).
Organizadoras do "Dia do Hijab" convidavam universitárias da Sciences Po de Paris a provarem o véu islâmico nesta quarta-feira (20). Foto: © Joseph Bamat, FRANCE 24.
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O movimento foi organizado pelo Facebook por um coletivo de estudantes. Nesta manhã, uma dezena de jovens distribuiu panfletos explicativos na entrada da Sciences Po, diante de uma mesa onde véus islâmicos de todas as cores e formatos foram expostos. As universitárias convidavam as mulheres a provar o acessório que frequentemente suscita polêmicas na França.

O objetivo é "sensibilizar as pessoas, promover o debate e dar voz às mulheres que usam o véu e que estão sempre no centro das polêmicas, mas que nunca são ouvidas", disse Laetitia, uma das organizadoras do Dia do Hijab.

"Não forçamos ninguém", explicou Imen, outra integrante da mobilização. Ela contou que utilizou o acessório hoje, pela primeira vez, e percebeu que chamou a atenção dos parisienses.

Classe política e opinião pública desaprovam movimento

Se alguns estudantes saudaram a iniciativa do debate, o movimento gerou uma forte desaprovação da classe política e da opinião pública nas redes sociais. "Dia do Hijab na Sciences Po: quando teremos um dia da charia? Da lapidação? Da escravatura?", escreveu o filósofo francês Bernard-Henri Lévy.

Representantes do governo e da oposição também manifestaram seu desacordo. "Na França, as mulheres são visíveis. Não ao proselitismo!" tuitou o deputado Bruno Le Maire, do partido Republicanos. Já a ministra socialista dos Direitos das Mulheres, Laurence Rossignol, denunciou "uma forma de provocação nesta iniciativa".

Em um comunicado, a direção da Sciences Po avaliou que o debate dentro da instituição é "legítimo". Mas ressaltou que o uso do véu no estabelecimento "não poderá ser interpretado como um apoio à causa".

Neutralidade religiosa

Em nome do Estado laico, a França impõe a neutralidade e proíbe símbolos religiosos na escola. Entretanto, o véu é autorizado em instituições de ensino superior frequentadas por adultos.

Na semana passada, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, defendeu a interdição ao véu nas universidades francesas. O presidente François Hollande reagiu e garantiu que "não haverá proibição".

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