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Saúde

Pais atormentados por filhos ganham centro de tratamento na França

Hospital de Montpelier oferece apoio psicológico inédito a pais que se sentem torturados, quando suas crianças e adolescentes sofrem de problemas comportamentais.

Filhos hiperativos, pais torturados.
Filhos hiperativos, pais torturados. facebook.com/pages/TDAH
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Se você tem filhos, você conhece o drama. A criança pede, grita, esperneia até que você cede ou toma uma atitude mais agressiva. Talvez isso tenha lhe acontecido algumas vezes, raramente ou nunca. Sorte sua. Na França e, com certeza, no Brasil, há pais estressados, esgotados, à beira de um ataque de nervos por causa de uma criança que se considera o rei da casa, transformando a vida da família num inferno.
 

Na maioria dos casos, porém, não se tratam de simples caprichos ou de má-educação, mas, sim, de problemas psicológicos sérios como a ansiedade, hiperatividade ou déficit de atenção. Incontroláveis, essas crianças dominam os seus pais, fazendo com que eles se sintam ora impotentes, ora culpados.
 

“Lá em casa é uma tirania cotidiana, da manhã à noite. Meu filho de 16 anos decide tudo, ele tem a prioridade sobre tudo: o banheiro, os horários, os trajetos, que música se escuta no carro, o que se come, como se come. Vai muito além do capricho. É como se nós morássemos na casa dele!”, desabafa uma mãe ao jornal francês Libération.
 

Tapas não resolvem
 

Para essa mãe, e outros pais passando pela mesma situação, o hospital Saint-Eloi, em Montpelier, organiza, desde novembro passado, um grupo terapêutico, onde se aprendem estratégias de “resistência não-violenta”.
 

“O cotidiano desses pais pode se tornar extremamente doloroso”, explica a pedopsiquiatra Nathalie Franc, responsável pelo serviço de apoio aos pais do hospital. “Enfraquecidos, culpados, envergonhados, eles têm medo dos filhos, e acabam desenvolvendo síndromes depressivas. A maioria abandona a ideia de partir em férias com a família ou até mesmo de sair de casa. Outros chegam a parar de trabalhar. Em comum, todos se isolam. Como a tirania da criança, geralmente, só acontece na esfera familiar, os amigos e parentes ignoram o drama. Precisamos ensinar a esses pais a se abrirem, procurando ajuda especializada”.
 

Ser o primogênito, o filho único, adotivo ou doente são fatores que aumentam a possibilidade de uma criança desenvolver um comportamento rebelde e tirânico. Curiosamente, as estatísticas indicam que a tirania acontece com mais frequência em famílias mais compreensivas, atentas às necessidades das crianças e à sua educação, independentemente da classe social.
 

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