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França/Migrantes

Prefeitura desocupa último grande acampamento de migrantes em Paris

Na manhã desta sexta-feira (23), a prefeitura de Paris esvaziou o último grande acampamento de migrantes na cidade. As mais de 1,3 mil pessoas que estavam instaladas numa escola abandonada foram retiradas sem incidentes e encaminhadas para albergues. Os moradores do local haviam sido avisados da operação na véspera e vários deles deixaram o local antes do início da evacuação.

Migrantes embarcam nos ônibus disponibilizados pela prefeitura após evacuação da escola
Migrantes embarcam nos ônibus disponibilizados pela prefeitura após evacuação da escola
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Além de agentes de segurança, participaram da operação assistentes sociais e agentes de serviços de imigração, além de 33 ônibus para transportar as pessoas. Um marroquino entrevistado pela AFP disse não saber para onde vai, mas tem certeza de que será melhor do que onde ele estava até agora: "vai ter ducha, refeição. Aqui tem muita briga", declarou enquanto colocava suas duas malas em um carro da prefeitura.

Durante a desocupação, associações de defesa dos sans-papiers, as pessoas que não têm documentos para residir na França, fizeram uma manifestação no bairro. Em cartazes, eles exigiam "documentos para todos" e "solidariedade com os migrantes".

O prédio da antiga escola secundária foi ocupado no dia 31 de julho pelos migrantes e a população cresceu rapidamente: se, no começo de agosto, eles eram cem, eles passaram a 700 em setembro, entre sudaneses, afegãos, eritreus, entre outras nacionalidades. A maior parte são homens, mas há também algumas mulheres, que a prefeitura tem direcionado para abrigos nas últimas semanas.

Riscos

No dia 26 de setembro, a Justiça determinou que eles deveriam deixar o prédio de quatro andares, instalado em um beco, num bairro do norte da capital. O grande número de pessoas vivendo nas velhas salas de aula alarmou o poder público para as condições insalubres. De acordo com um médico voluntário, "havia riscos de epidemia".

Os migrantes serão acolhidos em 12 centros durante um mês, o tempo para decidirem se apresentam um pedido de asilo. "Eles podem descansar, preparar seus documentos. Todos serão atendidos. É uma urgência humanitária", afirmou o responsável administrativo da região da Île-de-France, Jean-François Carenco.

Esse era o último acampamento de migrantes instalado na cidade, depois do desmantelamento, em setembro, de duas "favelas" de barracas de camping que ocuparam os vãos sob os trilhos suspensos do metrô, próximos à estação Austerlitz. Desde o início dessas evacuação cerca de 2,2 mil pessoas foram abrigadas pelo Estado.

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