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Terrorismo

França intensifica expulsão de líderes religiosos muçulmanos do país

O ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, informou nesta segunda-feira (29) que 40 imãs – líderes e pregadores muçulmanos – foram expulsos da França nos últimos três anos, sendo um quarto deles nos últimos três meses. Eles seriam todos estrangeiros e, segundo Cazeneuve, “pregadores do ódio”.

Mesquita em Marselha.
Mesquita em Marselha. (Photo : Sylvie Koffi / RFI)
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A declaração do ministro ocorre em um momento em que a sociedade cobra de suas autoridades uma reação frente à ameaça terrorista, que na última sexta-feira chocou o país com o primeiro caso de decapitação em solo francês.

O ataque ocorreu quase seis meses depois que jihadistas atacaram a sede da revista Charlie Hebdo, um supermercado judaico e policiais, deixando 17 mortos em Paris. Cazeneuve prometeu tomar medidas drásticas contra as mesquitas e os pregadores que incitem o ódio.

"Qualquer pregador do ódio estrangeiro será deportado", declarou Cazeneuve, acrescentando que várias mesquitas estão sendo investigadas por associação a grupos terroristas. A França tem 2.500 mesquitas e existem entre quatro e cinco milhões de muçulmanos no país.

A pregação religiosa a favor do jihadismo em mesquitas francesas é uma das principais preocupações das autoridades. “Se houver associações ligadas às mesquitas e cujos membros provocam o ódio e o terrorismo, elas serão dissolvidas”, declarou o ministro.

80 mesquitas fechadas na Tunísia

O objetivo é frear o processo de radicalização que levou centenas de cidadãos franceses, a maioria jovens, a unir-se ao combate jihadista no Iraque e na Síria. “Deportamos 40 pregadores do ódio desde 2012”, disse Cazeneuve. “Desde o início do ano, examinamos 22 casos e expulsamos 10 imãs e pregadores do ódio”, completou.

Yassin Salhi, autor do atentado de sexta-feira, teria se radicalizado na cidade de Pontarlier (leste), no início dos anos 2000, após entrar em contato com um homem que é suspeito de preparar atentados na Indonésia com integrantes da Al Qaeda. Cazeneuve comentou o caso, que teria sido motivado inicialmente por uma briga entre empregado e patrão: “Ele teve sem dúvida motivações pessoais, mas ele pegou emprestado um simbolismo das imagens assustadoras e abjetas do terrorismo”.

Na Tunísia, também há reação ao atentado que deixou 38 mortos em uma praia no fim de semana. O anunciou o fechamento de 80 mesquitas por suspeita de alinhamento com grupos extremistas. O primeiro-ministro, Habib Essid, anunciou ainda uma investigação a movimento islamitas.
 

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