Saiba quais são as três revelações da espionagem dos EUA ao governo francês
Os relatórios vazados pelo WikiLeaks sobre a espionagem da Agência de Segurança Nacional americana (NSA) sobre funcionários, diplomatas e assessores do Palácio do Eliseu – incluindo o presidente François Hollande e seus antecessores Nicolas Sarkozy e Jacques Chirac –, trazem à luz pelo menos três episódios até então desconhecidos do público.
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1. Hollande: reuniões secretas sobre a Grécia
Uma nota da NSA do dia 22 de maio de 2012, ou seja, poucos dias depois de François Hollande tomar posse, revela que o líder socialista decide realizar reuniões secretas com membros do partido de oposição alemão, o SPD, hoje na coalizão de governo de Angela Merkel, para discutir soluções à crise grega e a eventual saída da Grécia da zona do euro.
Em conversas transcritas pela NSA, Hollande e o então primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault discutem de que maneira essas reuniões poderiam ser organizadas. Ayrault alerta Hollande sobre o risco de que Merkel descubra esses encontros secretos em Paris e considere a atitude de Hollande uma traição pelas costas.
2. Sarkozy: aproximação entre palestinos e israelenses
Outra nota da NSA comenta os esforços do ex-presidente Nicolas Sarkozy para organizar uma conferência internacional em Paris a fim de aproximar palestinos e israelenses. A manobra seria em conjunto com a Rússia, excluindo os EUA para, finalmente, pressionar os americanos a reconhecer o Estado Palestino. Graças a essas escutas, os Estados Unidos teriam conseguido torpedear a iniciativa de Sarkozy.
As escutas também revelam o já celebre ego avantajado do ex-presidente, que, segundo relatório da agência, se considerava “o único homem capaz de resolver a crise financeira de 2008”. Sobre Sarkozy, também fica-se sabendo que ele defendeu os interesses da empresa de bebidas francesa Ricard nos Estados Unidos.
3. Chirac: pressão para cargos na ONU
Com relação a Jacques Chirac, uma nota da NSA informa a Casa Branca que o presidente conservador trabalhou para eleger, em 2006, o diplomata norueguês Terje Roed-Larsen ao cargo de secretário-adjunto de Ban Ki-Moon na ONU. Roed-Larsen ficou conhecido por contribuir para o desarmamento de milícias no Líbano.
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