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França/Política

Le Pen joga a toalha após disputa política com a filha

Jean-Marie Le Pen, fundador do partido de extrema-direita francês Frente Nacional, anunciou nesta segunda-feira (13) que retira sua candidatura para as eleições regionais no sudeste do país, previstas para o final do ano. A decisão foi tomada após uma disputa com sua própria filha, Marine, presidente da legenda, que criticou abertamente uma série de declarações polêmicas do pai. Aos 86 anos, o líder nacionalista tenta agora emplacar uma neta como herdeira política.

Jean-Marie Le Pen (d), anunciou que retira sua candidatura para as eleições regionais após ameaças da filha Marina (e).
Jean-Marie Le Pen (d), anunciou que retira sua candidatura para as eleições regionais após ameaças da filha Marina (e). REUTERS/Robert Pratta/Files
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O fundador e atual presidente de honra da Frente Nacional (FN), que deveria se apresentar como candidato às regionais de dezembro, joga a toalha depois que Marine o ameaçou com um processo disciplinar. A atual presidente do partido não aceitou as declarações de alto teor racista e antissemita feitas pelo pai à imprensa francesa. Durante uma entrevista, ele disse, entre outras coisas, que as câmaras de gás da Segunda Guerra Mundial teriam sido um "detalhe da história".

Depois de um verdadeiro racha no partido, Le Pen decidiu se retirar da campanha para as regionais. Questionado pela revista Figaro Magazine, o presidente de honra da legenda explicou sua posição dizendo que “não quer causar danos” e sacrificar o futuro do movimento, mesmo se ainda estima ser o melhor candidato para o FN.

Neta é a principal esperança de Jean-Marie Le Pen

O histórico líder político, que chegou ao segundo turno das eleições presidenciais em 2002, sai da disputa pelas regionais, mas tenta emplacar sua neta, Marion Maréchal-Le Pen. Aos 25 anos, a deputada do departamento do Vaucluse (sudoeste), também é apontada pelo avô como uma opção “excelente”. “Certamente a melhor depois de mim”, alfineta Le Pen, que durante muito tempo dizia a mesma coisa de sua filha. Durante Marion confirmou sua candidatura para as próximas regionais. 

Líder da extrema-direita tenta atenuar sua imagem

Segundo analistas políticos, a presidente da Frente Nacional não tinha mais escolha a não ser romper publicamente com o pai. Desde 2011, quando assumiu a direção da Frente Nacional, Marine se dedicou a uma intensa campanha retórica para mudar a imagem do partido. De certa forma, ela foi bem-sucedida. A troca no comando e o ingresso de uma nova geração de militantes transformou o FN, em três eleições (Parlamento Europeu, Senado e departamentais), na terceira maior força política da França.

O discurso "light" de Marine convenceu uma parcela dos franceses de que ela não é uma extremista de direita, o que a maior parte dos analistas, intelectuais, políticos de direita e de esquerda contestam. Com um pai continuando a lembrar os piores tempos do nazismo, o futuro político de Marine, que ambiciona disputar a presidência em 2017, estava comprometido.

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