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França/ justiça

Diretora do FMI será indiciada em inquérito de fraude em banco francês

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, anunciou nesta quarta-feira (27) à agência de notícias AFP que vai ser submetida a uma investigação formal por “negligência”, em um suposto caso de fraude a um banco estatal ocorrido na França em 2007, quando ela ainda era ministra das Finanças do país. Lagarde indicou a intenção de recorrer da decisão e disse que não vai pedir demissão das funções no FMI.

A diretora do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, foi indiciada oficialmente nesta quarta-feira, 27.
A diretora do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, foi indiciada oficialmente nesta quarta-feira, 27. REUTERS/Gary Cameron/Files
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“Voltarei ao trabalho em Washington já nesta tarde”, afirmou. “A comissão de investigações da CJR decidiu me indiciar por uma simples negligência”, informou Lagarde, no escritório de seu advogado, Yves Repiquet.

Nesta terça-feira, a diretora-gerente foi interrogada pela quarta vez, durante 15 horas, na Corte de Justiça da República (CJR), a instância habilitada a investigar membros do governo por supostos crimes ocorridos durante a gestão. O indiciamento significa que a Justiça francesa avalia haver indícios consistentes para considerar que ela pode ter cometido um crime.

Desde o início das investigações, o FMI sempre demonstrou apoio a Lagarde neste imbróglio judicial. O direito francês prevê penas de um ano de prisão e € 15 mil de multa para o crime de negligência.

“Depois de três anos de apuração, dezenas de horas de audiências, a comissão se rendeu à evidência de que eu não fui cúmplice de nenhuma infração e se limitou a alegar que eu não fui suficientemente cuidadosa durante a arbitragem opondo a sociedade CDR ao casal Tapie”, explicou, em referência ao empresário Bernard Tapie e à transação envolvendo a marca Adidas e o banco público Crédit Lyonnais.

Indenização milionária sob suspeita

O empresário é amigo do ex-presidente Nicolas Sarkozy, que ocupava o Eliseu em 2007. O processo resultou em uma indenização de € 400 milhões para Tapie, dos quais € 45 milhões foram por danos morais.

Para o Ministério Público, Lagarde errou ao levar o caso a um tribunal de justiça arbitral, o que agilizou a indenização, e ao não recorrer para reduzir o valor. Segundo alguns críticos, o governo da época foi generoso demais com o empresário, que ganhou o processo.

Até agora, cinco pessoas foram indiciadas por “fraude em grupo” neste caso, incluindo Tapie e o ex-diretor de gabinete da ex-ministra, Stéphane Richard, que atualmente é o diretor-presidente do grupo de telefonia Orange.
 

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