Obama e Putin conversam durante 15 minutos na Normandia
O clima glacial entre os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia foi quebrado por alguns instantes nesta sexta-feira (6), durante as comemorações dos 70 anos do desembarque das tropas aliadas na Normandia, no norte da França. Barack Obama e Vladimir Putin tiveram uma conversa informal de 15 minutos no Castelo de Bénouville, onde o governo francês organizou um almoço para os 19 chefes de Estado e de Governo convidados para o Dia D.
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Obama pediu a Putin para acalmar a tensão na Ucrânia, sob pena de aumentar o isolamento da Rússia no cenário internacional. Há dois meses, a Rússia e as potências ocidentais estão envolvidas numa dura queda-de-braço provocada pela anexação da Crimeia e os movimentos separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.
A conversa entre os dois foi confirmada por Ben Rhodes, vice-conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca. "O presidente Obama e o presidente Putin se falaram nos bastidores do almoço", explicou Rhodes, esclarecendo que "a conversa foi informal, e não uma reunião oficial bilateral ".
Este foi o primeiro encontro cara a cara entre os dois desde a intervenção russa na Crimeia. Mais cedo, Putin também conversou com o presidente eleito da Ucrânia, Petro Poroshenko, mas as diplomacias ocidentais consideram que ainda é cedo para falar em avanços na resolução do conflito ucraniano.
Segundo informações divulgadas pelas agências de notícias russas, o embaixador russo na Ucrânia, Mikhail Zurabov, deve participar da cerimônia de posse de Poroshenko neste sábado em Kiev.
Pequena vitória diplomática para Hollande
Ao convidar Putin e Porochenko para o Dia D, o presidente francês, François Hollande, tinha imaginado promover essa aproximação. No caso de Obama e Putin, o governo francês teve de se desdobrar para evitar um encontro entre os dois, quinta-feira, em Paris. O risco de um incidente diplomático era grande e Hollande apostou as fichas no almoço de hoje na Normandia. Deu certo.
A insurgência armada pró-russa no leste da Ucrânia ganha terreno diariamente, aumentando os temores de uma partição do país.
Um comunicado divulgado pelo Kremlin informou que Putin e Porochenko concordaram com a necessidade de pôr fim ao banho de sangue na Ucrânia. Eles devem discutir nos próximos dias as modalidades de um cessar-fogo tanto do Exército ucraniano quanto dos separatistas.
O G7, reunido esta semana em Bruxelas sem o presidente russo, excluído do grupo após 16 anos de relações normalizadas, recomendou a Putin que ele utilize toda a sua influência para baixar a tensão na Ucrânia. Caso contrário, avisaram americanos e europeus, novas sanções serão adotadas contra a Rússia.
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