Dois adolescentes seduzidos pela jihad na Síria são indiciados em Paris
Dois adolescentes de 15 e 16 anos foram indiciados nesta sexta-feira (31), em Paris, por conspiração criminosa em conexão com uma entidade terrorista. Os dois jovens, originários de Toulouse, sul da França, foram atraídos pela internet a participar da jihad, a guerra santa na Síria.
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No dia 6 de janeiro, os dois jovens abandonaram a escola e foram para a Turquia, para de lá tentar entrar na Síria e combater contra as tropas do regime de Bashar al-Assad. Eles foram localizados pelas famílias e reconduzidos à França separadamente no começo da semana.
Segundo os primeiros elementos do inquérito, os rapazes conseguiram chegar à Síria através da Turquia. Os advogados do mais jovem realçaram as motivações “humanitárias” do adolescente. Mas uma fonte próxima do caso revelou a existência de uma foto dos dois rapazes, com armas, que foi divulgada pela internet. Eles foram indicados por associação a contraventores ligados a entidades terroristas.
Os dois rapazes nunca tinham enfrentado a justiça antes. O mais jovem é apresentado como aluno normal, enquanto o mais velho tem um percurso escolar mais conturbado.
Cerca de 700 franceses ou estrangeiros vivendo na França foram seduzidos a combater na Síria nos últimos anos ou pelo menos tiveram alguma implicação no fenômeno. Pelo menos cerca de dez desses voluntários são menores de idade. O tribunal antiterrorismo de Paris investiga o desaparecimento há oito dias, de uma adolescente de 15 anos em Avignon (sul), que teria declarado o desejo de participar da jihad na Síria.
Diante da comoção causada pelo caso dos dois adolescentes, o presidente François Hollande falou sobre a necessidade “de proteger os jovens franceses”.
Voluntários no mundo todo
O fenômeno tem uma dimensão europeia: entre 1,5 mil e 2 mil jovens europeus, principalmente belgas, franceses e ingleses, foram para a Síria. Mas a atração também é mundial, aliciando pessoas no norte da África, Austrália, Canadá e Estados Unidos.
Especialistas consideram que o retorno desses jovens ao seu país de origem pode trazer riscos de terrorismo. O assunto é complicado para o governo francês, que por sua vez apoia a oposição síria com recursos diplomáticos e materiais.
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