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França/Violência

Ação policial contra mulher com véu integral gera violência na França

Desde a noite de sexta-feira, permanece tensa a situação em Trappes, cidade localizada a 27 km de Paris. O estopim dos enfrentamentos entre moradores e a polícia foi a detenção de um homem cuja mulher usava o véu integral islâmico.

Vine/Screengrab
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O ministro do Interior Manuel Valls disse hoje que a situação está controlada na cidade, mas na avaliação da própria polícia, o clima permanece tenso em Trappes. Segundo Valls, a segurança continuará reforçada na cidade. Nesta madrugada, duas pessoas foram detidas.

Em comparação com as noites anteriores, essa madrugada pode ser considerada menos violenta, mas ainda foram registrados incidentes como caçambas de lixo incendiadas. Ontem à noite, um grupo reunido perto da delegacia da cidade chegou a lançar um morteiro contra policiais, mas foi contido com gás lacrimogêneo.

Essa onda de violência começou na útima sexta-feira quando um grupo de 250 pessoas promoveu quebra-quebra e incendiou carros para pedir a libertação de um homem de havia sido posto em prisão preventiva após ter desacatado e tentado agredir um policial. O jovem reagiu a policiais que exigiram confirmar a identidade da sua esposa que usava um véu integral. Ele foi posto em liberdade, mas deverá comparecer a um tribunal para ser julgado em setembro.

Na França, desde 2011, uma lei proíbe o uso do nicab (véu integral) e de burcas no espaço público. As mulheres nessa situação podem ser multadas. O valor pode chegar a 150 euros (R$ 442). A infratora também pode receber como punição a obrigatoriedade de fazer um "curso de cidadania".

O uso desse tipo de traje islâmico, porém, é bastante restrito na França. Desde a entrada em vigor da lei, em todo o país, a polícia emitiu 661 multas. Na sua maioria, essas mulheres têm entre 20 e 29 anos e a região de Yvelines, onde se encontra a cidade de Trappes, registra o maior número de casos.

Reação

O CCIF, associação de combate a islamofobia, rebate a versão da polícia e diz que a mulher e seu marido foram insultados. O grupo também lamenta a cobertura da imprensa que, segundo seus membros, "não verificam os fatos "que envolvem muçulmanos. "Nesses casos,  o muçulmano e a muçulmana são sempre considerados culpados".

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