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França/ crise

Hollande lança debate sobre nova reforma de aposentadorias na França

O presidente francês, François Hollande, debateu hoje mudanças no sistema de aposentadorias do país com representantes dos sindicatos e das organizações patronais. O socialista argumentou que “aumentar os anos de contribuição é a medida mais justa, à condição que ela seja aplicada a todos” e leve em consideração o exercício de profissões mais penosas fisicamente. O diálogo ocorreu antes da abertura da segunda Conferência Social da França, em Paris.

O presidente francês François Hollande abriu, na manhã de hoje, a segunda Conferência Social da França.
O presidente francês François Hollande abriu, na manhã de hoje, a segunda Conferência Social da França. REUTERS/Philippe Wojazer
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O evento é uma ocasião, instaurada por Hollande, de o governo reunir na mesma mesa centrais sindicais e representantes das empresas do país, com o objetivo de relançar a economia e reforçar o diálogo entre os chamados parceiros sociais. A prioridade do encontro, que dura dois dias, é discutir formas de promover mais empregos e a reforma das aposentadorias.

Antes da abertura oficial da conferência, o presidente reuniu-se reservadamente com os líderes sindicais e patronais, durante três horas, junto com o primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault, e vários ministros do governo. A conversa que se tornou “tensa, controversa” quando o assunto foi uma nova reforma das aposentadorias, de acordo com Philippe Louis, presidente do sindicato CFTC.

Membros do governo têm sinalizado que uma nova alteração no tempo de contribuição será necessária para financiar as aposentadorias, um tema delicado na França e que levou milhares de pessoas em protesto nas ruas em 2010, no governo de Nicolas Sarkozy. O déficit da pasta deve chegar a 20 bilhões de euros em 2020, conforme um relatório divulgado na semana passada, que avalia que os franceses deverão trabalhar 44 anos para receber a aposentadoria integral, e não mais 41,5, como atualmente.

A reação de alguns sindicatos, entretanto, não é favorável. “Eu lhe disse que temos uma discordância de fundo”, resumiu Jean-Claude Mailly, presidente do Força Operária. “Nós não queremos que as novas gerações trabalhem até os 70 anos.”

Já Laurence Parisot, presidente da principal organização patronal, Medef, achou Hollande “muito cauteloso sobre a questão da idade e da prolongação da duração de contribuição”.

Na abertura do evento, o presidente avaliou que “a reforma vai acontecer através do diálogo”. Em seu discurso, ele pediu para os franceses combaterem “a dúvida, a desconfiança e a desesperança” diante da crise econômica, e prometeu que “o rigor orçamentário não será sinônimo de austeridade na França”. Hollande reiterou que a sua prioridade de governo é o retorno do emprego na França.
 

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