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França/Política

Hollande promete segundo ano de mandato "ofensivo" contra a crise

O presidente francês, François Hollande, prometeu hoje em uma coletiva de imprensa que o segundo ano de mandato, iniciado ontem, vai ser de “ofensiva”. O encontro com cerca de 400 jornalistas franceses e estrangeiros, em Paris, aconteceu em um contexto econômico delicado, um dia depois do anúncio de que o país entrou oficialmente em recessão, após dois trimestres consecutivos com queda de 0,2% do PIB.

O presidente francês François Hollande durante a coletiva de imprensa no Palácio do Eliseu nesta quinta-feira, 16 de maio de 2013.
O presidente francês François Hollande durante a coletiva de imprensa no Palácio do Eliseu nesta quinta-feira, 16 de maio de 2013. France2
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Junto com a chanceler alemã, Ângela Merkel, Hollande deseja “tirar a Europa do marasmo” e para isso quer lançar uma iniciativa europeia para acabar com a crise, a começar pelo fim das medidas de austeridade para incentivar a retomada do crescimento. Ele defende a criação de um “governo econômico” da União Europeia, com um presidente com dedicação exclusiva à função. Este governo se reuniria todos os meses e teria o objetivo de harmonizar as normas fiscais dos países-membros e lançar um plano de luta contra a sonegação de impostos. 

Para Hollande, o pior da crise já passou. “O que abate a Europa é a recessão, provocada por políticas de austeridade, que afetam todos os países da zona do euro”, disse.

No cenário interno, o socialista afirmou o primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault, vai apresentar em junho um “grande plano de investimentos” para os próximos 10 anos, para relançar a economia. O projeto poderá contar com a participação de investidores estrangeiros.

“Tudo não pode vir do Estado, portanto para financiar estes investimentos, nós precisaremos procurar o setor privado, as parcerias, os capitais estrangeiros, os fundos de investimentos, inclusive do exterior”, declarou, em uma sala do Palácio do Eliseu.

O plano vai se desenvolver em quatro eixos: transição energética, saúde, infraestrutura e transportes e redes digitais. Devido ao contexto econômico, Hollande espera que a França não vai registrar aumento do PIB em 2013, com crescimento de 0% esperado ao final do ano.

Desemprego e voto de estrangeiros

O presidente destacou que o seu primeiro ano de mandato foi centrado na regularização das contas públicas e que vai continuar nesta via, inclusive com uma nova reforma das aposentadorias. “Enquanto presidente da República, eu posso deixar atingirmos 20 bilhões de euros de déficit em 2020. Isso é insustentável”, explicou. “É por dever da responsabilidade que nós deveremos reabrir a questão das aposentadorias, e também por um espírito de justiça”, declaoru.

Hollande reforçou que pela primeira vez nos últimos 20 anos, o Estado francês deve acabar o ano sem aumentar os gastos. O socialista prometeu que o índice de desemprego vai começar a cair na França ainda neste ano.

Ele considera que as taxas recordes de impopularidade de que desfruta se devem à falta de trabalho no país, onde o desemprego chega a 11,5% da população. “Não há esperança possível no nosso país enquanto o desemprego não começar a cair. É por isso que eu me comprometo pessoalmente no objetivo de inverter a curva do desemprego. Eu faço questão.”

O presidente ainda abordou uma de suas promessas de campanha, a de conceder o direito a voto aos estrangeirosque moram no país, nas eleições municipais. Para Hollande, o projeto de lei não deve ser apresentado ao Parlamento antes da próxima votação, em 2014.

Política externa

Sobre a política externa, o socialista considera que o presidente sírio, Bashar al-Assad, não deve ser convidado para uma conferência internacional para tratar sobre a guerra civil no país. O encontro deve acontecer em Genebra. Hollande insistiu para que o regime aceite o envio de inspetores internacionais para verificar a utilização de armas químicas em certos territórios, e deseja convencer a Rússia, principal aliada de al-Assad, de que o melhor para a síria é a partida do ditador, para viabilizar o início dos diálogos entre a oposição e membros do regime.

“A minha vontade que devemos acabar com [o regime de] Bashar al-Assad”, disse. “Nós precisamos ter com a Rússia uma conversa franca, para convencê-la de que o melhor para a região e para a paz é o fim de Bashar al-Assad”, argumentou.

Quando tomou posse, François Hollande prometeu convocar regularmente a imprensa para uma entrevista coletiva. A desta quinta-feira, que contou com a presença de todos os membros do governo, durou 2h20.

 

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