Ex-ministro indiciado por lavagem de dinheiro não foi encoberto pelo governo, diz Hollande
Em uma declaração transmitida pela televisão nesta quarta-feira, 3 de abril de 2013, o presidente francês, François Hollande, garantiu que o ex-ministro do Orçamento, Jérôme Cahuzac, não beneficiou de "nenhuma proteção" do governo e disse que políticos condenados por fraude fiscal ou corrupção não poderão assumir mandatos públicos. Cahuzac foi indiciado nesta terça-feira por lavagem de dinheiro e confessou ter uma conta bancária no exterior há mais de 20 anos.
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Acusado pela oposição de direita de ter sido indulgente, Hollande disse que pediu a Cahuzac que deixasse sua equipe de governo assim que a Justiça começou a investigá-lo. O presidente lamentou o que chamou de "erro imperdoável" e "ultraje à República".
Ele também afirmou que os políticos condenados por fraude fiscal ou corrupção serão "proibidos de assumir qualquer mandato público", prometeu reforçar a independência da Justiça e lutar contra os conflitos de interesses.
Esse primeiro grande escândalo de seu mandato corre o risco de afetar duramente a imagem do presidente François Hollande, já em queda nas pesquisas de popularidade. Sua equipe de governo multiplicou as declarações em rádios, jornais e televisões nesta quarta-feira para defender a atitude do governo em relação ao caso.
O ministro da Economia, Pierre Moscovici, que tinha autoridade sobre o ministro do Orçamento e cuja demissão foi pedida pela direita, também garantiu que não houve nenhuma tentativa por parte do governo de entravar a investigação judicial sobre Cahuzac. A mesma mensagem foi repetida por Bruno Le Roux, líder dos deputados socialistas na Assembleia.
O primeiro-secretario do Partido Socialista, Harlem Désir, anunciou em um comunicado a exclusão do ex-ministro da sigla.
Jean-François Copé, o presidente da UMP, principal força da oposição francesa, comentou em entrevista a uma rádio parisiense que ou o chefe de Estado "não sabia nada, o que é extremamente grave porque mostra que ele é ingênuo, ou sabia e mentiu para os franceses".
O vice-presidente do partido, Laurent Wauquiez, avaliou que Cahuzac nunca deveria ter sido encarregado do orçamento sem uma "verificação" prévia, e falou em "falência dos valores da esquerda".
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