Crise na República Centroafricana preocupa a França
François Hollande pediu nessa segunda-feira que o presidente da República Centroafricana François Bozizé inicie negociações com as autoridades políticas do país, inclusive com os rebeldes. A França também enviou 600 soldados para a proteção dos europeus que vivem na região. Paris já avisou que não vai intervir para salvar o regime, contestado por uma coalizão rebelde que já tomou várias cidades do país africano.
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Durante uma conversa telefônica nessa segunda-feira, François Hollande pediu a François Bozizé “a abertura de um diálogo entre as autoridades centroafricanas, inclusive a rebelião”. O presidente francês ressaltou a importância de que um processo de paz seja lançado o mais rápido possível no país.
O pedido do líder francês é feito um dia após Bozizé ter declarado estar aberto ao diálogo. O presidente da República Centroafricana chegou a cogitar a formação de uma união nacional, que poderia contar com a participação dos rebeldes.
O país africano vive em crise desde 10 de dezembro, quando a coalizão rebelde do Seleka se armou para reivindicar o respeito dos acordos de paz assinados entre 2007 e 2011. Em duas semanas, a rebelião tomou cidades estratégicas, como Bria, Bambari, e Kaga Bandoro. Sem equipamento adequado, mal organizado e desmotivado, o exército regular não conseguiu resistir aos ataques em nenhuma das localidades.
Diante da situação, a França enviou 600 soldados suplementares ao país. No entanto, François Hollande disse que Paris não pretende defender o regime centroafricano, e sim proteger os franceses que residem na região, além de garantir a eventual retirada dos europeus em caso de aumento da violência. Atualmente cerca de 1200 cidadãos franceses vivem na República Centroafricana.
O fato de Paris ter recusado intervir foi alvo de críticas. A embaixada francesa em Bangui chegou a ser atacada na semana passada por manifestantes.
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