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França/Política

Socialista Jean-Marc Ayrault é nomeado primeiro-ministro francês

Confirmando os rumores que circulavam desde o segundo turno das eleições presidenciais, Jean-Marc Ayrault foi nomeado primeiro-ministro francês. Próximo de François Hollande, o líder da bancada socialista na Assembléia já foi criticado por sua falta de carisma, mas também é conhecido por ter uma personalidade metódica e rigorosa.

O novo primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault deve anunciar a composição do novo governo francês até o final da semana.
O novo primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault deve anunciar a composição do novo governo francês até o final da semana. REUTERS/Stephane Mahe
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O líder da bancada socialista na Assembléia Nacional foi nomeado para formar e dirigir o governo de François Hollande. Prefeito de Nantes, importante cidade do oeste francês, Jean-Marc Ayrault é uma das personalidades centrais do partido há mais de 15 anos.

Conhecido por sua discrição e pragmatismo, herança de uma educação católica e rigorosa, o novo premiê teve seu primeiro engajamento político ao entrar no Movimento rural da juventude cristã (MRJC), antes de se aproximar do Partido Socialista no início dos anos 1970. Em 1976 ele começa oficialmente a carreira, ao ser eleito conselheiro em um pequeno cantão no Loire-Atlantique, no oeste do país.

Apesar de ter conquistado todas as eleições para as quais se candidatou desde o início da carreira, e de ter construído uma sólida trajetória política, aos 62 anos de idade, Jean-Marc Ayrault nunca foi ministro. Uma das razões para essa “lacuna” em seu percurso foi a acusação de tráfico de influência na concessão de uma licitação da qual foi vítima em 1997, e que arranhou a imagem do socialista. Na época, o caso resultou em uma condenação a seis meses de prisão com sursis e 4.600 euros de multa.

O atual primeiro-ministro foi totalmente inocentado pouco tempo depois, mas alguns inimigos chegaram a trazer a história novamente à tona quando seu nome começou a ser cogitado para o cargo de primeiro-ministro. O ex-ministro do Trabalho do governo de Nicolas Sarkozy, Xavier Bertrand, chegou a dizer que ao escolher Ayrault, François Hollande contradiz suas promessas de campanha, lembrando que o atual presidente havia prometido que não nomearia em sua equipe ninguém que tivesse sido julgado e condenado.

Além de sua personalidade organizada, muito se falou do fato de que Ayrault, ex-professor de alemão, poderia aproveitar o fato de ser bilíngüe para facilitar as relações com a chanceler alemã Angela Merkel no âmbito europeu. Mas é principalmente o fato de compartilhar a mesma visão de governo “sóbrio e simples” defendido pelo novo presidente, que parece ter pesado na decisão de sua escolha para o cargo. O próprio Hollande havia dito que o premiê seria “alguém que conhece bem os deputados, o partido e também que me conheça bem”.

Segredo até o último momento

Seu nome vinha sendo cogitado para o cargo desde o segundo turno das presidenciais. Os colaboradores de Hollande e o próprio Jean-Marc Ayrault se esquivaram das perguntas dos jornalistas até a manhã dessa terça-feira, quando Jean-Pierre Jouyet, presidente da Autoridade dos Mercados Financeiros (AMF) e próximo do presidente cometeu um deslize ao anunciar a escolha do chefe do governo antes da posse. “Eu acho que ele (Ayrault) será nomeado daqui a pouco”, disse Jouyet durante uma entrevista a uma emissora de rádio, antes de se desculpar pela gafe poucas horas depois.

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