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França/Posse

Filhos de François Hollande não vão à cerimônia de posse

Os filhos do presidente eleito François Hollande e de sua companheira Valérie Trierweiler não participarão da cerimônia de posse marcada para a manhã desta terça-feira, 15 de maio, no Palácio do Eliseu. Logo após assumir o cargo, Hollande vai anunciar o nome de seu futuro primeiro-ministro, ainda cercado de sigilo.

François Hollande e sua companheira Valérie Trierweiler.
François Hollande e sua companheira Valérie Trierweiler. Reuters/Regis Duvignau
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A cerimônia de posse está marcada para 10h no horário local, 5h em Brasília. O presidente em exercício, Nicolas Sarkozy, vai receber François Hollande para uma rápida conversa a portas fechadas no Palácio do Eliseu. Em seguida, haverá a transmissão do cargo e o socialista fará seu primeiro discurso como chefe de Estado. Na sequência, Hollande desfilará na avenida dos Champs-Elysées em um carro conversível modelo Citroen DS.

Conforme a tradição francesa, o novo presidente prestará homenagem a personalidades que marcaram a história do país. Hollande escolheu homenagear Jules Ferry, fundador da escola pública laica, obrigatória e gratuita, assim como Marie Curie, prêmio Nobel de Química por suas pesquisas sobre a radioatividade.

Hollande quer passar a imagem de um presidente comprometido com os jovens e a educação, no momento em que o desemprego alcança 10% da população economicamente ativa. As festividades da posse continuam com uma recepção na prefeitura de Paris. O local é um ponto de encontro dos jovens na capital.

Sobriedade marca a imagem do novo governo

Hollande tem agido como um diretor de comunicação. Desde a campanha, ele busca imprimir a nova imagem de seu futuro governo: a de um presidente normal, sem excessos, sóbrio, um servidor do país. Em contraste com Nicolas Sarkozy e seu estilo novo-rico, que tanto irritou os franceses, o socialista vai deixar a vida familiar do lado de fora do Palácio do Eliseu. A prova é que nenhum dos quatro filhos de sua união com Ségolène Royal, nem os três filhos de sua atual companheira, Valérie Trierweiler, vão estar presentes na cerimônia de posse.

O presidente eleito escolheu pessoalmente o cardápio do café da manhã que será servido ao seleto grupo de convidados, nada que transmita a ideia de um banquete num momento em que os franceses têm dificuldades para pagar as contas no final do mês.

Em conversa informal com jornalistas, nesta segunda-feira, Hollande disse estar consciente de que não pode esperar a condescendência da imprensa com ele, porque nessa relação "não há piedade". Ele participou na manhã de hoje de uma reunião do diretório do PS.

Primeiro-ministro: sigilo até o último minuto

O nome mais cotado para o cargo de primeiro-ministro do governo socialista de François Hollande é o do deputado Jean-Marc Ayrault. Mas a 24 horas da nomeação outros nomes ainda circulam como o de Martine Aubry, secretária-geral do Partido Socialista.

Ayrault tem o perfil ideal: amigo pessoal de Hollande e líder da bancada socialista na assembleia dos deputados, ele é considerado um bom negociador, capaz de controlar as diversas correntes do partido. Seria um primeiro-ministro com experiência para enfrentar as batalhas parlamentares, fiel ao presidente e ainda possui a vantagem de falar bem o alemão, uma qualidade que pode fazer diferença em vista das discussões sobre as mudanças na política europeia com o governo de Angela Merkel.

O único senão ao nome de Ayrault é um processo judicial em que ele foi condenado por favoritismo numa licitação da prefeitura de Nantes, em 1997. Na época, Ayrault foi condenado a seis meses de prisão com surcis e 4.600 euros de multa. Recentemente, Hollande disse em entrevista que não teria nenhum político condenado ou indiciado na justiça em sua equipe de governo. 

Martine Aubry também é um nome forte. Preferida dos franceses para o cargo, ela já foi ministra, é prefeita de Lille e secretária-geral do PS, além de ter o charme de ser mulher. Seu defeito é ter sido rival de Hollande nas primárias que definiram o candidato do partido nas presidenciais. Os dois não têm um bom relacionamento, mas Aubry tem a ficha limpa.

O presidente eleito prometeu divulgar o nome de seu premiê amanhã, logo após seu discurso de posse. O restante da equipe, na quarta-feira. Esse segredo em torno das indicações exaspera a equipe de transição e aliados sedentos por cargos. Hollande faz de conta que não vê. A mensagem é clara: ele é o chefe.

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