Jornal francês chama aprovação da Ficha Limpa de «pequena revolução»

A aprovação da Lei da Ficha Limpa pelo Supremo Tribunal Federal, STF, no Brasil, decisão que impede a candidatura de políticos com pendências na justiça, teve repercussão na imprensa francesa. O diário Les Echos desta terça-feira classifica o feito de «pequena revolução», em um país com uma política «rocambolesca» e cita Paulo Maluf, ex-prefeito e ex-governador de São Paulo, acusado de desvio de dinheiro público, como o exemplo de político brasileiro que consegue encontrar uma maneira de se recandidatarque, apesar da ficha nada limpa.

Senadores conversam durante reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) que aprovou o projeto Ficha Limpa. Flickr/Agência Senado

O movimento pela Ficha Limpa, organizado pela Articulação Brasileira Contra a Corrupção e a Impunidade (ABRACCI) e o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) ganhou força graças à adesão popular. Uma petição da Ordem dos Advogados do Brasil, OAB, que circulou pelas redes sociais, foi assinada por cerca de 2 milhões de pessoas.

A partir de agora, um político condenado em segunda instância fica inelegível por oito anos. As eleições municipais que acontecem em outubro deste ano serão as primeiras em que os eleitores poderão ter a garantia de não serem solicitados por candidatos criminosos.

Através do site da Ficha Limpa, é possível consultar o histórico jurídico de pretendentes a cargos públicos e cadastrar novos nomes. Na página, também é possível encontrar estatísticas e gráficos sobre a repartição dos candidatos inscritos, que devem atender aos pré-requisitos da lei, por estado ou cargo. Para os organizadores, a adoção da lei representa «um marco fundamenta para a democracia e a luta contra a corrupção e a impunidade no país ».