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França/Campanha

Amigos de Sarkozy são indiciados por suspeita de financiamento ilegal

A sete meses do primeiro turno das eleições presidenciais na França, um empresário amigo de Nicolas Sarkozy e um ex-assessor do chefe de Estado francês foram indiciados num inquérito judicial que busca comprovar financiamento ilegal na campanha presidencial de Edouard Balladur, candidato derrotado por Jacques Chirac em 1995. Ministro na época, Sarkozy foi porta-voz da campanha de Balladur.

Thierry Gaubert, ex-assessor de comunicação de Sarkozy, e Nicolas Bazire, ex-diretor de gabinete do ex-premiê Edouard Balladur.
Thierry Gaubert, ex-assessor de comunicação de Sarkozy, e Nicolas Bazire, ex-diretor de gabinete do ex-premiê Edouard Balladur. Reuters
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O Palácio do Eliseu desmente qualquer envolvimento do presidente Sarkozy numa rede de corrupção que serviu para alimentar o caixa eleitoral da campanha do ex-primeiro-ministro francês Edouard Balladur. Mas a justiça tenta encontrar indícios de que Sarkozy tinha conhecimento da existência de um sistema de arrecadação de fundos ilegal.

O cerco a Sarkozy começou com a prisão provisória, esta semana, de dois homens que atuaram naquela campanha presidencial: Nicolas Bazire, amigo íntimo de Sarkozy e ex-diretor da campanha, e Thierry Gaubert, ex-chefe-adjunto de gabinete de Sarkozy no período citado, quando o atual chefe de Estado era ministro do Planejamento. 

O juiz que preside a investigação indiciou Gaubert por receptação ilegal de dinheiro público e Bazire por cumplicidade no mesmo crime.

Segundo testemunhas ouvidas pelo magistrado, Bazire tinha um cofre-forte em seu escritório, onde guardava "quantias elevadas" de dinheiro. Padrinho de casamento de Sarkozy com Carla Bruni, em 2008, Bazire não exerce mais função pública. Desde o ano 2000, ele é o diretor-geral do grupo de luxo LVMH. A mulher do outro suspeito revelou ao juiz que seu marido viajava com frequência à Suíça, para buscar "malas de dinheiro que depois eram entregues a Bazire".

A campanha de Balladur recebeu mais de 3 milhões de euros em depósitos em dinheiro. Na época, esses depósitos foram justificados pela venda de santinhos e material publicitário do partido durante os comícios.

O juiz chegou aos dois homens ao investigar um esquema financeiro montado num contrato de venda de submarinos franceses ao Paquistão. Uma parte do dinheiro pago em comissões desse contrato retornou à França de maneira ilegal e foi parar no caixa da campanha de Balladur. Essa rede de corrupção foi descoberta anos mais tarde, após um atentado ocorrido em 2002 no estaleiro onde eram construídos os submarinos franceses, no porto paquistanês de Karachi. Onze franceses morreram no ataque a bomba, inicialmente atribuído à rede terrorista Al Qaeda.

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