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França/Homosexualidade

Jornal católico aborda ensino da "teoria do gênero" nas escolas francesas

A partir do próximo ano escolar na França, em setembro, alguns tipos de escolas de Ensino Médio francesas vão começar a estudar a influência da sociedade na escolha da opção sexual do ser humano. Polêmico, o tema é alvo de uma ampla reportagem do jornal católico La Croix desta terça-feira.

Algumas escolas de Ensino Médio francesas querem adotar o manual escolar "Virar homem ou mulher".
Algumas escolas de Ensino Médio francesas querem adotar o manual escolar "Virar homem ou mulher". ©AFP / Alfredo Estrella
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Embora adote uma abordagem plural do assunto e valorize o aumento da educação sexual no ensino francês, visando a diminuir a homofobia, o diário teme que a introdução deste ponto de vista acabe sendo "desviada" para a chamada teoria do gênero. Esta tese defende que "as diferenças sexuais são antes de mais nada uma construção social e não uma realidade objetiva", conforma explicação do próprio jornal.

O La Croix se pergunta se a adoção do manual escolar "Virar homem ou mulher" pelas escolas francesas não resultará em um ensino ideológico do assunto, em que "a orientação sexual, escolha íntima de cada indivíduo, se sobreporia às diferenças sexuais" existentes entre um homem e uma mulher, de acordo com a reportagem. A matéria lembra que cerca de 10 deputados se opuseram ao uso do novo manual, que será incialmente estudado nas classes literárias e econômicas e sociais, conforme as distintas classificações existentes na França para o Ensino Médio.

O jornal parabeniza, entretanto, o fato de o Ministério da Educação da França ter incluído, na cartilha, um texto relatando a posição da igreja católica sobre o homossexualismo. Mas lamenta as "ambiguidades" e "um certo direcionamento" da questão, que seria indicado nas linhas do manual. Conforme um psicanalista ouvido pelo jornal, "não se pode tentar afirmar que é uma verdade científica aquilo que é, antes de mais nada, um debate antropológico". Outro psiquiatra citado pela reportagem considera que "explicar aos alunos que não somos construídos da mesma forma permite vivermos juntos e formarmos casais".
 

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