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Escândalo/ Renault

Dois funcionários demitidos injustamente retornarão à empresa francesa

Um dos três funcionários da fabricante Renault que foram injustamente acusados de espionagem em janeiro voltará a trabalhar na empresa, assim como um quarto funcionário que foi demitido em 2009, sob falsas acusações de corrupção. Matthieu Tenenbaum, o mais jovem deles, com 33 anos, era vice-diretor do programa de carros elétricos, o principal investimento da Renault em 2011, e vai voltar a trabalhar para companhia depois de acertar uma indenização milionária. Suas novas funções ainda não foram definidas.

Pélata, vice-presidente da Renault, acabou caindo ontem em decorrência do escândalo.
Pélata, vice-presidente da Renault, acabou caindo ontem em decorrência do escândalo. AFP
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O outro funcionário que concordou com o retorno, Philippe Clogenson, vai voltar a trabalhar na gigante francesa de automóveis como diretor de Desenvolvimento de Negócios da Renault Consulting. Já Michel Balthazard, ex-diretor de Projetos, Bertrand Rochette, ex-braço direito de Balthazard, recusaram a oferta de reintegrar a empresa.

Tenenbaum, Balthazard e Rochette – todos funcionários de altos postos de confiança da Renault - foram demitidos depois de acusados de participar de uma quadrilha internacional de espionagem industrial. As suspeitas foram desmentidas e a empresa foi obrigada a admitir o erro, em uma crise interna que chegou a ameaçar a permanência do presidente do grupo, Carlos Ghosn. Ontem, o número 2 da companhia, Patrick Pélata, foi quem acabou pagando o preço pelo equívoco e foi dispensado, junto com outros seis dirigentes ligados ao falso caso de espionagem.

Os detalhes do acordo de indenização dos quatro funcionários não foram divulgados. De acordo com a revista Marianne estima que os valores poderiam chegar a 11 milhões de euros.  Hoje, o constrangimento da empresa face ao escândalo ficou ainda maior, depois que a revista L’Express publicou a gravação da severa conversa ocorrida no momento da demissão de Tenenbaum, em uma reunião em 3 de janeiro. Na ocasião, o agora ex-diretor jurídico da empresa, Christian Husson, acusa deliberadamente o funcionário de “atos graves”, cuja responsabilidade será cobrada por “vias penais”.

Assustado, Tenenbaum demonstra não compreender o que está acontecendo, provocando uma discussão entre os dois. “Ou você atua como o “suspeito que nega tudo”, ou aterrissa no plano do discernimento”, ameaçou Husson. “Se você negar tudo, nós vamos dar início a um processo longo, penal, com consequências graves para ti”, disse. “Ou então você tem mais discernimento e chegamos à sua demissão... com algumas precisões sobre a natureza das informações que você passou aos chineses.”

O funcionário negou as acusações até o último momento, quando Husson o manda buscas seus pertences no seu escritório e deixar imediatamente a empresa. .
 

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