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França/imigração

Imigração é tema de Colóquio Internacional entre França e Brasil

O "Colóquio internacional de imigração e dinâmicas urbanas Brasil-França" acontece nesta quinta e sexta-feira em Paris e analisa os fenômenos nos dois países desde o século 19 até os dias de hoje.

O Colóquio internacional de imigração e dinâmicas urbanas Brasil-França acontece nesta  quinta e sexta-feira em Paris
O Colóquio internacional de imigração e dinâmicas urbanas Brasil-França acontece nesta quinta e sexta-feira em Paris
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Com reportagem de Solange Kurpiel

O Brasil e a França são formados por histórias completamente diferentes de migração. De um lado o Brasil-colônia que a partir do final do século 19 recebeu ondas sucessivas de imigrantes e teve uma relação baseada na urbanização das cidades e na necessidade de mão de obra. Um século mais tarde percebe-se um fenômeno inverso : as terceiras ou quartas gerações destes imigrantes agora partem aos países desenvolvidos em busca de uma vida melhor. Para Monica Schpun, do CRBC (Centro de Pesquisas do Brasil Contemporâneo), este processo começou com a crise econômica brasileira da segunda metade dos anos 80, na década Collor: "A crise pesada incentivou uma enorme imigração dos brasileiros aos Estados Unidos, países europeus e Japão. Apesar do fim da crise econômica, uma cultura da migração se estabeleceu e buscou novos espaços de circularidade", explica Schpun .

02:27

Solane Kurpiel, em colaboração para a RFI

A França, em contrapartida, mantinha o status de Império e mesmo se recebeu muitos imigrantes europeus no fim do século 19, foi o processo de descolonização que impulsionou a chegada das populações africana e asiática. Uma relação diferente da brasileira e que gera controvérsias em várias esferas da sociedade. "Esta é uma imigração recente que data dos anos 50 e 60, mas que já tem a segunda geração na França. O problema em relação a estas populações é ao mesmo tempo de ordem colonial, migratório e urbano, com a criação dos guetos sociais", analisa a pesquisadora do CRBC.

Gláucia Assis da Universidade do Estado de Santa Catarina e palestrante do Colóquio estuda as relações entre Criciúma, uma cidade catarinense de porte médio, e a cidade americana, Boston. O desejo do consumo, segundo a pesquisadora, é um dos elementos principais dos fenômenos migratórios contemporâneos: "A imigração é normalmente associada a questões econômicas, à diferença de renda, à falta de trabalho mas junto com isso existe um desejo de se inserir no mundo do consumo. Estes bens de consumo que dão uma ideia de cidadania num mundo globalizado", explica Assis.
 

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