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França/Evasão fiscal

Justiça prorroga detenção de quatro colaboradores de Bettencourt

A justiça francesa prorrogou por mais 24 horas a detenção provisória de quatro pessoas ligadas ao maior escândalo político-financeiro da França nos últimos anos, envolvendo a herdeira do grupo L'Oréal, Liliane Bettencourt, e membros do governo de Nicolas Sarkozy.

A ilha de Arros, propriedade de Liliane Bettencourt, no arquipélago de Seychelles.
A ilha de Arros, propriedade de Liliane Bettencourt, no arquipélago de Seychelles. Google Maps
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Apesar das tentativas do governo francês de abafar o caso, a justiça prorrogou por mais 24 horas a detenção provisória do fotógrafo François-Marie Banier, amigo da herdeira da L’Oréal, Liliane Bettencourt, de Patrice de Maistre, assessor financeiro da milionária, de Fabrice Goguel, ex-advogado, e de Carlos Vejarano, gerente da ilha de Arros, propridade de Bettencourt no arquipélago de Seychelles. Todos prestam depoimento na brigada financeira de Paris, que investiga eventuais crimes de fraude fiscal cometidos pela milionária e seus assessores. Pela legislação francesa, a prisão preventiva pode durar 48 horas.

Os indícios dessa trama que envolve brigas de família, políticos e poder foram obtidos em gravações telefônicas feitas por um ex-mordomo de Bettencourt. As gravações revelaram suspeitas de evasão fiscal e financiamento ilegal da campanha presidencial de Nicolas Sarkozy, em 2007, por intermédio do ministro do Trabalho, Eric Woerth, então tesoureiro do partido de Sarkozy, a UMP . 

O fotógrafo Banier, que teria recebido 1 bilhão de euros em doações da multimilionária de 87 anos, é acusado, junto com o administrador De Maistre, de ter abusado da vulnerabilidade de Bettancourt. Os dois homens, além do ex-advogado da herdeira, e do gerente da ilha nas Seychelles, foram colocados na quinta-feira em regime de detenção provisória para responder a interrogatório da polícia.

As acusações de abuso foram feitas pela filha de Bettencourt, que quer colocar a mãe sob tutela, alegando que a multimilionária não tem mais condições psicológicas para administrar seus bens. A mulher mais rica da França, que se diz vítima de perseguição, declarou estar escandalizada com o pedido de tutela feito por sua filha, e se recusa a passar por exames médicos para avaliar seu estado de saúde.

A batalha judicial que opõe a filha ao fotógrafo e ao administrador da fortuna da família encobre um interesse muito maior : o controle do grupo L'Oréal. Segundo informações da imprensa francesa, se um dia Liliane Bettencourt for declarada incapaz pela justiça, o que pode acontecer em razão da idade avançada da multimilionária, caberia ao administrador De Maistre votar em nome da família no Conselho de Administração do grupo, um cenário que a filha da milionária tenta evitar a qualquer preço.

Para acalmar a polêmica, Bettencourt lançou uma auditoria independente nas três empresas que administram sua fortuna e os 30% de capital que a família possui na L'Oréal. Presente em 130 países, o grupo de cosméticos faturou no ano passado 17 bilhões de euros, cerca de 37 bilhões de reais.

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