Produção de veículos elétricos ‘salva’ fábrica da Renault no nordeste da França
Ameaçada de encerrar suas atividades há alguns anos, a fábrica da Renault de Sandouville, no nordeste de França, ganha novo fôlego com a mais recente geração de veículos elétricos do grupo. A produção, aguardada para a partir de 2026, resultará no investimento de € 330 milhões e na criação de 550 postos de trabalho nos próximos quatro anos.
Publicado em:
A informação foi confirmada na sexta-feira (29) pelo diretor-geral da Renault, Luca de Meo, em viagem a Sandouville, acompanhado pelo Ministro francês da Economia, Bruno Le Maire, e pelo prefeito de Le Havre, Édouard Philippe.
Este é o caminho a seguir na Europa para recuperar o atraso neste setor, sublinhou Le Maire: “Fizemos uma escolha na Europa, que é mudar para a eletricidade. Temos de nos comprometer resolutamente com esta escolha, caso contrário, os fabricantes ficarão perdidos, e ficaremos mais uma vez atrás dos nossos concorrentes chineses”.
“É bom para o planeta que se produza na França. Um produto fabricado na França significa metade das emissões de gases do efeito estufa do que nos Estados Unidos e quatro vezes menos do que na China”, continuou o ministro da Economia.
A Europa deve acelerar a produção de vans elétricas, a futura FlexEvan, até 2026. Estes modelos representam 7,4% do mercado europeu de utilitários. Lembrando que Bruxelas estabeleceu objetivos ambiciosos, como o fim das vendas de veículos leves térmicos na Europa a partir de 2035.
Estas vans elétricas de nova geração abastecerão a joint venture Flexis, criada pela Renault, Volvo e CMA CGM.
Comércio online
O projeto amplia esta histórica unidade produtiva da montadora francesa, onde já trabalham 1.850 funcionários, além de 600 trabalhadores temporários. A Renault e a Volvo planejam investir cada uma € 300 milhões nos próximos três anos na Flexis, que terá sede na França.
“As vendas online estão explodindo e isso torna ainda mais essencial a necessidade de reduzir o impacto ambiental destes veículos”, observou o diretor-geral do fabricante francês.
O empreendimento anunciado em Sandouville é o resultado das “reduções nos impostos sobre a produção”, afirmou Bruno Le Maire. “Continuaremos a baixar os impostos sobre a produção na França”, acrescentou, enquanto o governo procura meios para reduzir seu déficit público, que atingiu 5,5% do PIB em 2023, cerca de € 15,8 bilhões a mais do que o esperado.
Para o ministro, é urgente criar “novos setores industriais” nas baterias automotivas, mas também na inteligência artificial, nas bombas de calor e na energia fotovoltaica. As baterias da FlexEvan também serão fornecidas pela Verkor e sua fábrica em Dunquerque, que tem parceria com a Renault.
(Com informações da AFP)
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro