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Em declaração de política geral, Gabriel Attal promete "tirar a França do salário mínimo"

Em meio a uma crise do setor agrícola, o primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, fez sua declaração de política geral na Assembleia Nacional na terça-feira (30). Em um discurso de mais de 1 hora e 20 minutos, o chefe do governo apresentou seus objetivos, prometendo melhorar principalmente o poder de consumo e “desburocratizar” a França. Além disso, ele respondeu aos agricultores defendendo uma “exceção agrícola francesa”.

O primeiro-ministro francês Gabriel Attal em seu discurso de política geral em 30 de janeiro de 2024.
O primeiro-ministro francês Gabriel Attal em seu discurso de política geral em 30 de janeiro de 2024. © Emmanuel Dunand / AFP
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“Em um mundo onde tudo se acelera e se transforma, recuso que a nossa identidade seja diluída ou dissolvida”, declarou na introdução do discurso. “A França nunca foi, não é e nunca será uma nação que sofre”, afirmou. “A França tem uma posição a manter, a sua voz para ser ouvida, a sua singularidade a impor: temos o orgulho francês a manter, o orgulho europeu a consolidar”, continuou o chefe do governo, repetindo seu desejo de “enfrentar para avançar”.

Nas galerias da Assembleia Nacional, alguns deputados aplaudiram.

Gabriel Attal prometeu que o governo estaria “presente, sem nenhuma ambiguidade” para responder à atual crise agrícola. “A nossa agricultura é a nossa força e o nosso orgulho também”, afirmou. “Portanto, digo aqui solenemente: deve haver uma exceção agrícola francesa”, declarou.

O primeiro-ministro saudou “os nossos agricultores, os nossos pescadores, que trabalham de manhã, de tarde e de noite para nos alimentar”, sem, no entanto, explicar do que se tratava a exceção agrícola. Mas ele enumerou várias medidas destinadas aos produtores rurais, já anunciadas na sexta-feira (26).

Attal lembrou que a crise agrícola não seria resolvida “em poucos dias”. “Iremos ainda mais longe”, garantiu. Para ilustrar este objetivo, ele anunciou que a ajuda europeia da Política Agrícola Comum (PAC), que prometeu acelerar, será paga “até 15 de março”.

Sem dar detalhes, se referiu também a um reforço da ajuda fiscal aos criadores e “um grande plano de controle da rastreabilidade dos produtos”. “Devemos realizar o nosso rearmamento agrícola”, disse utilizando um termo usado pelo presidente Emmanuel Macron.

O primeiro-ministro disse que “quer que a soberania alimentar seja lei”.

Tirar a França do salário mínimo

Gabriel Attal também prometeu uma reforma dos salários. “Temos de mudar um sistema que nos levou, durante décadas, a concentrar as nossas ajudas, as nossas isenções no salário mínimo”, declarou o chefe do governo. “Sim, eu assumo, devemos tirar a França do salário mínimo”, afirmou dizendo que reformaria o sistema de subsídios.

O primeiro-ministro confirmou a vontade do governo de ir “mais longe na reforma da Previdência”, indicando que vai pedir aos parceiros sociais que negociem novas regras.

“Também vamos combater todas as armadilhas do desemprego”, acrescentou, lembrando que o Executivo mantém seu “objetivo de pleno emprego”.

No que diz respeito à imigração, Attal disse que “temos de aceitar menos para acolher melhor”, acrescentando que a ajuda médica estatal será reformada até o meio do ano, através de acordos.

O chefe do Governo garantiu que manterá “o compromisso” de sua antecessora, Élisabeth Borne, “de reformar a ajuda médica estatal” para os estrangeiros ilegais.

Finalmente, Attal falou de sua homossexualidade. “Ser francês em 2024 significa, num país que, há apenas dez anos, ainda estava dividido sobre o casamento para todos, poder ser primeiro-ministro assumindo abertamente sua homossexualidade”, declarou no encerramento de seu discurso. “De tudo isto, vejo a prova de que o nosso país está evoluindo, a prova de que as mentalidades estão mudando”, acrescentou.

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