França registra queda de 20% de feminicídios em 2023, mas redução é insuficiente, diz ministro

Um total de 94 mulheres foram mortas por seus cônjuges ou ex-cônjuges em 2023 na França, o que corresponde a uma queda de 20% em relação aos 118 feminicídios registrados em 2022. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Justiça francês nesta terça-feira (2).

Uma manifestação em Bruxelas contra o feminicídio, em 24 de agosto de 2021. (Imagem ilustrativa) © Bénoît Doppagne / AFP

Essa tendência está "muito longe de ser satisfatória", comentou o ministro da Justiça, Eric Dupond-Moretti, citado em uma reportagem do jornal Le Figaro.  

"Sabemos que o combate a esse problema leva tempo, mas o compromisso do sistema judiciário francês em conter o feminicídio está começando a dar frutos", acrescentou.  

"Podemos esperar que nossa luta seja ainda mais eficaz" com a implantação de mais linhas diretas para denúncias ou tornozeleiras eletrônicas", enfatizou. A ferramenta permite à polícia localizar o agressor e intervir caso ele se aproxime da vítima. 

Os 164 tribunais franceses e 36 tribunais de apelação contam com uma unidade especializada em violência doméstica desde segunda-feira (1). O objetivo é incentivar a ação coordenada e o compartilhamento de informações.

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Melhor "capacidade de resposta"

Em novembro, o Ministério da Justiça publicou uma série de dados que demonstram uma melhor "capacidade de resposta" das instituições em relação aos casos de violência doméstica.  

O número de condenações por violência doméstica ou assédio mais do que dobrou entre 2017 e 2022, passando de 22.206 para 49.616.  

Além disso, quase 3.600 ordens de aproximação foram emitidas em 2022, contra 1.400 cinco anos antes. Elas exigem, por exemplo, que o parceiro violento deixe o lar ou seja proibido de ter contato com a vítima.  A polícia francesa registrou cerca de 244.300 queixas de vítimas de violência doméstica em 2022, um aumento de 15% em um ano.

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(Com informações da AFP)