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Netanyahu é pressionado pela comunidade internacional e população israelense a um cessar-fogo em Gaza

Aumenta a pressão da comunidade internacional e da população israelense sobre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu após a morte de três cidadãos na Cidade de Gaza pelo exército de Israel na última sexta-feira (15). A ministra francesa das Relações Exteriores, Catherine Colonna, viaja a Beirute nesta segunda-feira (18) onde a diplomacia ocidental e árabe se reúne para negociar um cessar-fogo entre Tel Aviv e o Hamas.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, continua inflexível aos pedidos da comunidade internacional e de familiares de reféns para um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, continua inflexível aos pedidos da comunidade internacional e de familiares de reféns para um cessar-fogo na Faixa de Gaza. AP - Ronen Zvulun
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O drama dos três reféns mortos pelas forças israelenses suscita desespero nas famílias das pessoas sequestradas pelo Hamas no último 7 de outubro que permanecem na Faixa de Gaza. Segundo o jornal Le Figaro, "a morte dos três homens é sinal das dificuldades do Exército de Israel nos últimos dias e de uma disciplina de combate incerta". 

Após dois meses de uma violenta ofensiva no enclave palestino o objetivo de Netanyahu de "destruir o Hamas" está longe de ser atingido, afirma o diário. O cenário "não acalma a revolta das famílias de cerca de 130 pessoas que seguem em cativeiro". 

Na noite de sábado (16) uma imensa manifestação em Tel Aviv exigiu um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza. "Uma parte do país questiona a estratégia do governo", diz Le Figaro destacando o editorial publicado no domingo (18) pelo jornal israelense Haaretz, que exige que o governo tome consciência diante "do grave incidente" de sexta-feira e que "dê prioridade à libertação dos reféns". 

Desrespeito do direito internacional

O jornal La Croix destaca que, de acordo com as primeiras revelações das investigações sobre a morte dos três reféns israelenses, as regras de atuação das forças israelenses não foram respeitadas.

Yotam Haïm, 28 anos, Alon Lulu Shamriz, 26 anos, e Samer Al-Talalqa, 25 anos, se apresentaram de torso nu para mostrar que estavam desarmados, agitando uma bandeira branca. No entanto, os sinais dos três israelenses não impediram que um soldado se sentisse "ameaçado" e abrisse fogo, matando dois reféns. 

Apesar dos apelos em hebreu de um terceiro refém que ainda conseguiu fugir e das ordens de um comandante de batalhão, militares atiraram e mataram o terceiro refém.

Em entrevista ao jornal, a militante israelense Sari Bashi, da ONG Human Rights Watch, afirma que as Forças Armadas de Israel não estão respeitando as regras do direito internacional. Ela classifica os ataques contra os civis na Faixa de Gaza de "ilegais" e faz um apelo para que os palestinos sejam poupados, em um momento que o balanço de mortes se aproxima de 19 mil. 

Contra criação de um Estado palestino

"Netanyahu recusa um cessar-fogo em Gaza" é o título de uma matéria do jornal Les Echos que destaca que o primeiro-ministro rejeita a pressão internacional por uma trégua e nega categoricamente a possibilidade de criação de um Estado palestino. A grande manifestação em Tel Aviv neste fim de semana também não convenceu o premiê israelense que afirmou que "apenas a pressão militar resultará na libertação dos reféns".  

Para o diário, foi "em vão" a visita a Tel Aviv do conselheiro americano da segurança Nacional, Jake Sullivan, na semana passada, que fez um apelo por "uma campanha militar de baixa intensividade". Les Echos destaca que domingo foi a vez de Catherine Colonna, pedir em Israel "uma trégua imediata e durável". A ministra francesa das Relações Exteriores continua nesta segunda-feira sua viagem no Oriente Médio na tentativa conjunta de líderes ocidentais e árabes de obter um pausa na guerra. 

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