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Primeiros cidadãos franceses repatriados de Israel estão divididos entre "alívio" e "apreensão"

Os primeiros franceses a serem repatriados de Israel desde o início da ofensiva do Hamas expressaram seu "alívio" por estarem de volta a Paris na noite de quinta-feira (12), mas também um sentimento de "horror" com o "desastre", além da "apreensão" com o "antissemitismo".

Primeiro voo com deslocados de Israel chega à França.
Primeiro voo com deslocados de Israel chega à França. © Reuters / Abdul Saboor
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"É um alívio estar de volta, mas quando você vê o aumento dos atos antissemitas na França, você se sente um pouco apreensivo", disse Olivia, grávida de quatro meses, à imprensa ao sair do avião, que pousou na quinta-feira (12) no aeroporto Roissy Charles-de-Gaulle. "Em Israel, tínhamos o exército para nos proteger, espero que possamos nos sentir seguros" na França, acrescentou a jovem mãe, acompanhada de dois filhos pequenos.

Dezessete franceses, incluindo quatro crianças, estão desaparecidos, e o presidente Emmanuel Macron anunciou uma 13ª morte na noite de quinta-feira.

O ministro do Interior, Gérald Darmanin, também disse na quinta-feira que houve "mais de cem atos antissemitas" na França desde o ataque de sábado a Israel pelo movimento islâmico palestino Hamas, variando de pichações a insultos contra a comunidade judaica.

No terminal 2E do aeroporto internacional, os rostos estavam marcados pela dor, mas assim que se reuniram com suas famílias, surgiram sorrisos.

"Vou poder sair de novo e levar uma vida mais ou menos normal", disse Yaël, 17 anos. "É um alívio não me sentir mais como se estivesse em guerra", explicou a estudante, com sua declaração interrompida pelo abraço de seu irmão mais velho, que veio buscá-la no aeroporto. Em sua peregrinação a Jerusalém, Brigitte "nunca teve medo", mas se sentiu "triste".  

"É difícil, perdi um amigo nesta guerra", confidenciou um estudante que deveria fazer um intercâmbio de um ano em Israel.

Passageiros prioritários

Este primeiro "voo especial" da Air France, que decolou de Tel Aviv na tarde de quinta-feira (12), transportava 377 passageiros franceses, principalmente idosos ou pessoas "vulneráveis".

Pessoas com deficiências ou emergências médicas especiais tiveram prioridade no voo. Ao deixar o avião, os passageiros foram recebidos pela ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, e pelo ministro dos Transportes, Clément Beaune.

Para a chefe da diplomacia francesa, "foi importante demonstrar nossa solidariedade com nossos compatriotas nessa provação". Colonna acrescentou que outros voos foram planejados para sexta-feira (13), sábado (14) e domingo (15). A ministra também disse à imprensa que viajaria para Israel no domingo, a pedido do presidente Macron.

Nicole Ifargan, que estava visitando Tel Aviv, disse que estava "envergonhada" pelo fato de a repatriação ter sido adiada. "Gostaria de agradecer à França, é claro, mas acho que é normal que os franceses sejam atendidos, e tenho o direito de ficar indignada", disse a aposentada de Lyon.

"Horror"

No sul de Israel, perto da Faixa de Gaza, é "um horror (...), um desastre, uma calamidade, não há palavras para isso", disse ela. 

Um pai, que não quis dar seu nome, disse que estava "feliz por estar em casa porque a vida vai voltar ao normal". "Estava na hora de voltar para casa, mas estamos apreensivos, não estamos nada tranquilos [sobre quando] levaremos nossos filhos de volta à escola", acrescentou esse lojista, que estava de férias em Israel para a festa judaica de Sukkot.

Perguntado sobre o ataque sangrento do Hamas contra Israel, ele disse: "O povo judeu é como um junco, ele se dobra com o vento, mas não se quebra". Quando um jornalista pediu que ele se identificasse, ele respondeu em tom de brincadeira: "Am Israël 'haï", que significa "Israel viverá".

(Com AFP)

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