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Rei Charles III é recebido com pompa pela França em primeiro dia de visita oficial

O rei Charles III, 74 anos, desembarcou no aeroporto de Orly, nos arredores de Paris, pontualmente às 14h, (9 horas em Brasília) onde foi recebido com um tapete vermelho de 80 metros e bandeiras britânicas e francesas. De lá, o monarca acompanhado da rainha Camila Parker Bowles, 76, seguiu para o Arco do Triunfo, onde o presidente francês Emmanuel Macron e a primeira dama, Brigitte Macron, os aguardavam para o início de uma agenda marcada por muita pompa. 

O rei Charles foi ao encontro da população ao sair do Palácio do Eliseu, no primeiro dia de via viagem oficial à França.
O rei Charles foi ao encontro da população ao sair do Palácio do Eliseu, no primeiro dia de via viagem oficial à França. AP - Thibault Camus
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Charles III e Macron passaram em revista as tropas francesas, ouviram os hinos “God save the king” e “A Marselhesa”, interpretados pela Guarda Republicana, enquanto aviões da Patrulha da França coloriam o céu nas cores azul, branco, vermelho, comuns aos dois países. Nesta tarde ensolarada e ventosa, os dois chefes de Estado reacenderam juntos a chama no túmulo do Soldado Desconhecido, num momento de recolhimento, enquanto militares executavam marchas com gaita de fole, instrumento de predileção de Charles.

Macron segurou o braço do rei em certas ocasiões, mesmo se o protocolo não o recomendasse. A primeira-dama francesa, Brigitte Macron, também deu as boas-vindas à rainha Camilla com um beijo no rosto, um gesto não convencional para uma representante da realeza britânica.

Os dois casais desfilaram em seguida pela Champs-Elysées. O rei e o presidente percorreram a "avenida mais famosa do mundo" em um Citröen DS7 conversível e fizeram parte do trajeto de pé. Escoltados por 136 cavalos da Guarda Republicana, eles seguiram até o Palácio do Eliseu, sede da presidência, para uma reunião bilateral, antes de caminharem até a residência próxima do embaixador do Reino Unido, onde plantaram um carvalho.

No caminho, foram saudados pelos franceses que se posicionaram ao longo do trajeto, na esperança de ver o rei em sua 35ª visita à França, um país que ele não esconde a admiração e simpatia. Foi uma oportunidade para o público se aproximar de Charles III.

Com um suéter da Universidade de Saint Andrew nas costas, Anne-Sophie Hafner, 44, esperava com seus dois filhos para ver o rei inglês. A família tinha as cabeças adornadas com coroas de plástico. "Acompanhamos tudo em casa, a coroação, o funeral, os casamentos. São coisas que só vivemos no Reino Unido", comentou esta entusiasta da família real.

A “art de vivre”, ou seja, a maneira de viver dos franceses, o cuidado com o patrimônio, a língua e a gastronomia são características do país vizinho que o rei Charles III sempre destacou, desde a juventude, quando veio à França como estudante, aos 19 anos. 

Entre os presentes que Charles recebeu do governo francês estão uma medalha, que mostra a figura do rei de perfil, e um exemplar original do livro “Les Racines du ciel", do escritor Romain Gary, prêmio Goncourt em 1956. Existem 85 exemplares numerados desta obra, considerada como um dos primeiros romances ecologistas, um dos temas favoritos de Charles III.

Amizade franco-britânica

A visita vai durar três dias e “realiza-se num contexto de reforço dos laços entre o Reino Unido e a França”, saúda um comunicado do Palácio do Eliseu. A viagem é marcada com solenidade e pompa, para celebrar o relançamento da amizade franco-britânica, após a turbulência do Brexit. "Você veio como príncipe, voltou como rei. Bem-vindo, sua majestade!", escreveu logo cedo, o presidente Emmanuel Macron no X (ex-Twitter).

Uma cúpula em março, entre o presidente francês e o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, permitiu a “reconexão” entre Paris e Londres, depois de vários anos tempestuosos, marcados por questões como a pesca ou os migrantes.

Esta viagem oficial, marcada inicialmente para março, e que seria a primeira de Charles III ao exterior como rei, teve de ser cancelada no último minuto, para desgosto do presidente francês. Um contexto de manifestações violentas contra a reforma da Previdência fez o soberano mudar de ideia e adiar a sua visita.

Jantar em Versalhes

Às 20 horas, o rei Charles III e a rainha Camila chegaram ao Palácio de Versalhes, símbolo da monarquia francesa, onde foram recebidos por Macron e Brigitte para um jantar de gala. A segurança no local é reforçada por 800 policiais. Muitas personalidades estão presentes, como os atores Hugh Grant, Charlotte Gainsbourg e Emma Mackey, o escritor Ken Follett e Mick Jagger, líder da banda de rock The Rolling Stones.

Emmanuel Macron costuma utilizar esse palácio suntuoso para mostrar a força e o passado glorioso da França, sem falar que as imagens serão exibidas no mundo todo e o Palácio de Versalhes é uma das maiores atrações do país, recebendo turistas que vem do mundo inteiro. Lá, Macron já recebeu Vladimir Putin e a rainha Elizabeth II, mãe de Charles III, que também foi convidada a almoçar no mesmo ambiente suntuoso em 1957, tendo voltado a Versalhes em 1972.

Para o grande reencontro com a realeza britânica, a República francesa não poupa esforços.  O jantar assinado pelo chef Yannick Alléno, três estrelas no guia Michelin, foi servido no Salão dos Espelhos do Palácio onde reinou Luis XIV. O casal real desfrutou de uma entrada à base de frutos do mar (lagosta e caranguejo), seguida por ave da região de Bresse, marinada em champagne e aroma de milho, coberta com um gratinado de cogumelos porcini, como prato principal. Foram servidos queijos franceses e ingleses, em homenagem ao rei. Por fim, a refeição terminou com uma sobremesa assinada por Pierre Hermé.

Sequência da viagem

Um ano após a ascensão ao trono, o rei Charles III pretende estabelecer a sua imagem internacional. Na quinta-feira (21), ele começa a parte mais política da sua visita à França com um discurso no Senado.  

O monarca também participará de uma mesa redonda sobre aquecimento global, que encerrará com o presidente Macron no Museu Nacional de História Natural, antes de partir para Bordeaux, na sexta-feira (22), uma região duramente atingida por incêndios em 2022 e que recebe muitos britânicos

(Com informações da AFP)

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