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Mais da metade dos franceses já abriu mão de refeição diária para alimentar filhos, diz pesquisa

A imprensa francesa desta quarta-feira (6) destaca a crise alimentar e o pedido de socorro das mais tradicionais associações de luta contra a pobreza na França. Depois da Restos du Coeur e da Fundação Abbé-Pierre, que terão que reduzir seus beneficiários, uma pesquisa encomendada pelo Socorro Popular publicada nesta quarta-feira (6) revela que mais da metade das pessoas entrevistadas já teve que se privar de refeições para alimentar os filhos.

Um homem segura um saco de plástico em um banco alimentar da associação Restos du Coeur.
Um homem segura um saco de plástico em um banco alimentar da associação Restos du Coeur. Reuters/Eric Gaillard
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De acordo com o 17° Barômetro sobre a pobreza e a precariedade, realizado pela empresa de pesquisa de opinião Ipsos-Sopra Steria para o Socorro Popular e publicada nesta quarta-feira, 43% dos entrevistados abriram mão de frutas e verduras e 45% de tratamentos médicos. Estes dados aumentaram 6 pontos com relação a 2022, salienta o Libération.

O jornal destaca que mais de 50% dos entrevistados declaram ter aberto mão de uma das refeições diárias nos últimos dois anos e mais de 70% deixado de comer carne. 

Já o La Croix destaca a mobilização gerada pelo pedido de ajuda da Restos du Coeur no domingo (3). Algumas horas depois, o governo francês e diversas empresas se comprometeram a ajudar.

Esse interesse raro se explica, segundo a publicação, pela forte presença da associação na França e pela história da organização, que nasceu em 1985 sob a liderança do popular comediante francês Coluche. Restos du coeur obteve rápido sucesso. Desde a primeira campanha, foram distribuídas mais de oito milhões de refeições. O artista morreu menos de um ano depois de sua fundação, mas a associação ainda beneficia “da memória” e da “autenticidade” do artista, diz a matéria do La Croix.

Mercado imobiliário também é problema

O diário Le Figaro se debruça sobre outro problema que afeta as famílias francesas: os preços altos do mercado imobiliário. De acordo com o jornal, apesar de terem baixado em algumas grandes cidades como Bordeaux, Lyon e Paris, a situação continua difícil com o aumento dos juros, o que dificulta a compra da casa própria.

As famílias têm cada vez mais dificuldade de encontrar uma residência que corresponda a suas necessidades, diz o Le Figaro.

A crise piora porque o número de novas construções está "em queda livre" e muitos imóveis são retirados do mercado devido às exigências impostas para a locação.

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