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Cidade francesa começa a pagar habitantes para diminuírem uso de carro

A partir desta segunda-feira (4) a cidade francesa de Lille vai recompensar as pessoas que dão carona, trabalham remotamente ou utilizam transportes públicos. Os motoristas que deixarem o carro em casa ou derem carona para colegas do trabalho vão ganhar € 2 por trajeto até um limite de € 80 por mês.

A metrópole europeia de Lille está lançando um conceito inovador: ganhe dinheiro deixando seu carro na garagem graças ao ecobônus.
A metrópole europeia de Lille está lançando um conceito inovador: ganhe dinheiro deixando seu carro na garagem graças ao ecobônus. © pexels-daria-klet-8469916
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Esta é a primeira vez na França que as pessoas serão pagas para deixarem o carro na garagem nos horários de pico. A metrópole de Lille vai testar o sistema, chamado de “ecobônus”, durante nove meses a partir desta segunda-feira.

A ideia é compensar cidadãos que compartilham seus veículos, trabalham em casa ou utilizam transportes públicos, com o objetivo de aliviar o congestionamento nas principais estradas e vias durante a manhã e no final do dia.

Nesta volta às aulas, que no hemisfério norte acontece em setembro, Kevin, professor de literatura que está entre os 3 mil voluntários inscritos no programa, não irá de carro para o trabalho. Ele mora na cidade de Templeuve, mas trabalha a cerca de 20 km de distância, em uma faculdade em Lille.

“Resolvi pegar carona com um colega. Saímos um pouco mais cedo de manhã, mas ganhamos em termos de conforto. Principalmente o estresse nos engarrafamentos, que incomoda um pouco. E assim evitamos completamente [o tráfego]", ele conta. 

Medida inspirada na Holanda

Kevin recebe € 2 por cada viagem não realizada no seu carro na hora do rush. Um “ecobônus” sem precedentes, como explica Sébastien Le Prêtre, vice-governador da metrópole de Lille e responsável pela mobilidade e pelos transportes públicos.

Não seremos os primeiros a iniciar [o projeto] na Europa, pois nossa fonte de inspiração foi a Holanda, onde o sistema demonstrou sua eficácia. À nossa escala, seremos a primeira cidade na França a embarcar nesta experiência que durará nove meses", ele explica.

Uma medida dita ecológica que, no entanto, suscita críticas dos ecologistas, como Pauline Sgard, vereadora em Villeneuve d'Ascq e presidente do grupo ambientalista de oposição em Lille. 

“Nem todas as pessoas podem trabalhar a distância, nem todas as pessoas podem encontrar uma carona e nem todas as pessoas podem utilizar os transportes públicos, que não estão desenvolvidos em todos os lugares. Não há razão para dizer que isso irá reduzir o tráfego em geral”, ela denuncia.

Mas o governo da região de Lille garante que houve uma diminuição de até metade dos veículos nos horários de pico nas principais rotas de acesso ao centro da cidade.

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