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França: "assassino do RH", que matou três pessoas, é condenado à prisão perpétua

A Procuradoria-Geral do Tribunal Penal de Drôme, no sudeste da França, pediu a prisão perpétua, com pelo menos 22 anos de reclusão, para o francês Gabriel Fortin, conhecido como "o assassino do RH". Ele é acusado de três assassinatos e de uma tentativa de homicídio, em janeiro de 2021, contra profissionais que atuaram em seus processos de demissão.

Gabriel Fortin, "o assassino do RH", é acusado de três assassinatos e de uma tentativa de homicídio
Gabriel Fortin, "o assassino do RH", é acusado de três assassinatos e de uma tentativa de homicídio © BENOIT PEYRUCQ / AFP
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"Ele é metódico, organizado, e se adapta. Ele não é louco", disse o procurador-geral Laurent de Caigny, ao justificar a aplicação da pena máxima contra o engenheiro de 48 anos, que está sendo julgado desde o dia 13 de junho na cidade de Valence.

"Ele é o juiz e o algoz. Gabriel Fortin é insensível aos outros, mas não gosta de ser contrariado. Ele não muda de opinião, é orgulhoso, mas não é alguém que vive em delírio paranoico", diz. "Nós adoraríamos que ele fosse louco, mas é sua autoestima que o levou a agir e a decidir matar", continuou.

A Justiça francesa concluiu que Fortin premeditou as mortes. Em sua casa, foram encontrados milhões de dados em seu computador sobre as vítimas e seus trajetos, coletados desde 2014 e relacionados aos assassinatos, sete anos depois.

Fortin também não teve o cuidado de apagar as provas e deixou várias evidências: resíduos de pólvora, balas e armas, além do DNA encontrado após a agressão contra Bertrand Meichel, a única vítima que sobreviveu.

O francês colocou seu projeto em execução no dia 26 de janeiro de 2021. A primeira vítima da lista foi Estelle Luce, chefe de recursos humanos de uma empresa em Wolfgantzen, no leste da França, morta com quatro tiros no estacionamento da empresa.

Em seguida, no mesmo dia, a 40 quilômetros dali, em WattWiller, Fortin finge ser um entregador de pizza e toca a campainha da casa do diretor de RH da General Electric em Belfort, Bertrand Meichel.

Após confirmar sua identidade, ele dispara contra Meichel, mas erra o tiro. Como a arma parece travada, o diretor de RH corre atrás dele, mas Fortin consegue entrar no carro e fugir.

Dois dias mais tarde foi a vez de Patricia Pasquion. A responsável da agência pública francesa de inserção profissional da região, conhecida como Pôle Emploi, foi morta com uma bala no peito em seu escritório.

Meia hora depois, Gabriel Fortin executa à queima-roupa Géraldine Caclin, diretora de Recursos Humanos da empresa Faun Environnement, que validou sua demissão. O "assassino do RH" foi preso pouco tempo depois, dirigindo o carro que tinha sido descrito por testemunhas nos dois locais do crime.

Vingança 

O que as vítimas tinham em comum? Três alvos do réu atuaram em suas últimas demissões, entre 2006 e 2009. Já Patricia Pasquiot o acompanhava na busca por um novo emprego.

Os advogados de defesa recusam o apelido de "assassino do RH", dado pela mídia, que faz alusão a um homem que luta contra o sistema e que não o representa.

Na realidade, a motivação de Fortin parece ser oposta: segundo a advogada de Fortin, Laetitia Galland, o francês cresceu em uma família onde "apenas o trabalho era colocado em primeiro plano."

Além disso, "a falta de amor" em sua vida pessoal alimentou seu "isolamento", principalmente após 2010, após uma demissão que ele julgou injusta e "violenta", explicou a advogada.

Desde então, Fortin se sentiu colocado à margem da sociedade. "Ele tem um transtorno de personalidade do tipo paranoico. Não é possível analisar o acusado de uma maneira racional, mas se colocando no lugar dele e sob o ponto de vista dele", explicou.

Silêncio

Durante o processo, a procuradora-geral Marie-Caroline Gervason se disse "aterrorizada" pela história e não entendia como um conflito profissional pode ter levado a quatro "crimes de sangue".

Nas audiências, Gabriel Fortin se manteve em silêncio. Apenas declarou que não tinha nada para dizer, sem explicar a motivação dos crimes. A decisão final sobre sua pena pode ser anunciada ainda nesta quarta-feira.

(Com informações da AFP)

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