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França: comunista, sobrevivente do genocídio armênio e resistente, Missak Manouchien entra para o Panteão

Comunista, apátrida e sobrevivente do genocídio armênio. Missak Manouchian, herói da Resistência na Segunda Guerra Mundial, vai entrar para o Panteão, templo de personalidades que marcaram a história francesa. O anúncio foi feito neste domingo (18) pelo presidente Emmanuel Macron.

Fotografia de um retrato representando Missak Manouchian, feio pelo artista Christian Guemy, na prisão de Fresnes (2/7/2020).
Fotografia de um retrato representando Missak Manouchian, feio pelo artista Christian Guemy, na prisão de Fresnes (2/7/2020). AFP - JOEL SAGET
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Refugiado na França em 1925, após sobreviver ao genocídio armênio, Missak Manouchian ingressou na resistência comunista em 1943, onde se destacou à frente de uma rede muito ativa antes de ser preso e baleado pelos alemães em 21 de fevereiro de 1944.

“Missak Manouchian carrega uma parte da nossa grandeza”, ele “encarna os valores universais” da liberdade, igualdade, fraternidade em nome dos quais “defendeu a República”, declarou a presidência em comunicado.

O presidente Macron, que saúda a "bravura" e o "heroísmo silencioso" de Missak Manouchian, presta também homenagem, através dele, a todos os seus camaradas de armas espanhóis, italianos ou judeus da Europa Central. "O sangue derramado pela França tem a mesma cor para todos", diz o comunicado do Eliseu.

Missak entrará no Panteão "acompanhado de Mélinée", sua esposa de origem armênia, resistente como ele, que morreu 45 anos após o marido e descansa a seu lado no cemitério de Ivry-sur-Seine (Val-de-Marne), precisou o Eliseu. O casal Manouchian permanece assim unido na morte, mas Mélinée não receberá a mesma homenagem.  

Missak Manouchian torna-se o nono membro da Resistência a entrar no Panteão desde a transferência das cinzas de Jean Moulin em 1964. Outros estrangeiros célebres que receberam a homenagem são a cientista Marie Curie, nascida na Polônia, e a artista americana Josephine Baker.

Homenagens

O anúncio coincide com o 83º aniversário do chamado Apelo de 18 de Junho, quando mil combatentes da resistência e reféns, incluindo Missak Manouchian, foram executados pelo exército alemão durante a ocupação em Mont-Valérien, perto de Paris. 

A homenagem prestada no domingo faz parte de uma longa sequência comemorativa em torno do 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, que continuará em 2024 com o desembarque na Normandia e a Libertação de Paris.

Missak Manouchian entrará no Panteão em 21 de fevereiro de 2024, 80 anos após sua morte.

(com AFP)

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