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“Fico honrada de poder representar o Brasil”, diz Bia Haddad após vitória que a levou às quartas de Roland-Garros

Aos 27 anos, Beatriz Haddad Maia está no topo da carreira. Mas chegar até aqui não foi nada fácil, como ela fez questão de explicar aos jornalistas presentes à coletiva de imprensa em que falou da vitória sobre a espanhola Sara Sorribes Tormo por 2 sets a 1, nesta segunda-feira (5).

Bia Haddad vence espanhola por 2 sets a 1 e passa às quartas-de-final de Roland-Garros.
Bia Haddad vence espanhola por 2 sets a 1 e passa às quartas-de-final de Roland-Garros. REUTERS - LISI NIESNER
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Maria Paula Carvalho, de Roland-Garros

“Eu estou muito feliz, é a realização de um sonho desde que comecei a jogar tênis”, disse. “Eu trabalhei duro e estou orgulhosa do que fiz hoje e nos últimos jogos, porque eu tive que lutar muito para chegar até aqui”, completa a tenista, acrescentando que tentaria saborear o momento antes de retomar os treinos, nesta terça-feira (6).

Em um jogo emocionante, ela venceu de virada com parciais de 6/7, 6/3 e 7/5, passando pela primeira vez na carreira às quartas-de-final de um Grand Slam. “Quando a gente quebra algum tabu, isso mostra que o trabalho feito está no caminho certo”, avalia Bia.

Em toda a história do tênis brasileiro, ela se iguala a Maria Esther Bueno, única atleta do país até hoje a chegar às quartas-de-final do tradicional torneio de saibro francês. “Eu me sinto privilegiada de ser a brasileira que pode levar o nome do Brasil para o mundo e fico honrada de poder representar o país”, afirmou. Quando perguntada se conhecia Maria Esther Bueno, ela disse que teve a honra de se encontrar com a tenista algumas vezes em São Paulo, mas que não ousava se comparar a ela. “Nós temos uma foto juntas e ela nos inspira há muitos anos. Era uma mulher muito forte e que representava muito bem o Brasil. Eu não me comparo, pois ela está noutro patamar, assim como o Guga”, diz.

“Jogar com o coração”

Quando Gustavo Kuerten ganhou pela primeira vez em Paris, Bia era um bebê de um ano. “Mas eu cresci ouvindo falar dele no Brasil, da pessoa que ele é e como fez a diferença para o tênis”, afirma. “Quando eu estava no juvenil, consegui encontrar o Guga algumas vezes e peguei essa energia: tudo vem do coração, é isso que ele ensina a todos os tenistas”, destaca, afirmando ter uma boa relação com o ídolo do tênis brasileiro.

Partida mais longa

A partida de Bia pelas oitavas de final foi a mais longa, até agora, da edição 2023 do torneio feminino francês: durou 3h51min. “Fisicamente foi difícil. Mas para todos os jogos eu me preparo para isso. Eu sabia que a Sara iria defender muito bem e que eu teria que ser agressiva, o mais agressiva que eu pudesse. Eu trabalhei duro e o meu corpo também”, disse Bia Haddad aos jornalistas internacionais, que diziam estar impressionados com o fôlego da atleta brasileira.

“Eu sou forte. Isso é uma das minhas qualidades e estou feliz com o meu preparador físico”, declarou, lembrando que já passou por quatro cirurgias ao longo da carreira. “Essa noite não foi fácil. Eu dormi apenas 4 horas e estava ansiosa”, confessa. “Mas a minha mentalidade é nunca desistir e sempre dar uma chance a mais para mim mesma. Disciplina e calma também são importantes. Tive que aceitar que ela estava jogando melhor e mudar de tática, até o último ponto, e a chave foi lutar”, avalia. “Eu acho que a minha relação com o físico mudou, pois eu sempre tive jogos duros e o físico já me deixou na mão. Mas quando você muda a mentalidade e coloca a energia no lugar certo, os problemas diminuem e o resultado do trabalho diário com a equipe aparece”, observa.

Na próxima rodada, Beatriz Haddad Maia vai enfrentar a tunisiana Ons Jabeur, 7.ª do ranking mundial, que derrotou nesta segunda-feira a americana Bernarda Pera por 2 sets a 0 (parciais de 6/3 e 6/1). “Eu me sinto muito forte e preparada. Se existe pressão e favoritismo seria para ela, mas estamos em quartas-de-final e esse é o momento de jogar com coragem e ser agressiva. Vou caprichar no treino, melhorar o meu saque e a agressividade”, promete.

Bia Haddad Maia enfrentou pelas oitavas-de-final de Roland-Garros a espanhola Sara Sorribes Tormo.
Bia Haddad Maia enfrentou pelas oitavas-de-final de Roland-Garros a espanhola Sara Sorribes Tormo. © RENE-WORMS Pierre

Duplas brasileiras se despedem de Roland-Garros

No torneio de duplas feminino, Luisa Stefani e a canadense Gabriela Dabrowski enfrentaram, nesta segunda-feira, a dupla formada pela também canadense Leylah Fernandez e a americana Taylor Townsend e perderam por 2 sets a 1 (parciais de 4/6, 6/4 e 2/6).

Luisa voltou a jogar na mesma quadra no torneio de duplas mistas, ao lado do gaúcho Rafael Matos, contra a japonesa Miyu Kato e o alemão Tim Puetz. Os brasileiros se despediram do torneio ao perder por 2 sets a 0 (parciais de 7/6 e 6/2).

Em entrevista à RFI Brasil após a partida, Luisa não escondeu a decepção: “dois jogos e duas derrotas, então não foi um dia fácil emocionalmente e nem fisicamente”. Porém, apesar de estar chateada nesse momento, ela conta “estar feliz com a campanha”, ao ter chegado à terceira rodada de duplas femininas e à quarta rodada nas duplas mistas em Roland-Garros.

Também triste com a derrota, Rafael Matos disse estar satisfeito com o esforço empreendido até aqui. "Terceira rodada nas duplas masculinas e quarta nas duplas mistas, foi uma semana positiva, mas fico chateado por acreditar, pois eu tinha confiança no nosso potencial”, diz. “Os dois jogos que eu perdi foram nos detalhes, alguns pontos que poderiam ter feito a diferença. Mas jogo de duplas é assim mesmo, foi um resultado justo”, conclui.

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