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"Escolha a França": empresários internacionais anunciam € 13 bilhões em investimentos no país

A França foi o ponto de encontro, nesta segunda-feira (15) de mais de 200 empresários estrangeiros reunidos em Versalhes para a 6ª edição do evento "Choose France" (Escolha a França). Entre eles o bilionário Elon Musk, que se reuniu com o presidente Emmanuel Macron, pela manhã, antes do evento onde já foram anunciados € 13 bilhões em investimentos, com a possibilidade de criação de 8.000 empregos.

Mais de 200 empresários internacionais participaram do evento "Choose France" (Escolha a França), no Palácio de Versalhes. Em 15 de maio de 2023.
Mais de 200 empresários internacionais participaram do evento "Choose France" (Escolha a França), no Palácio de Versalhes. Em 15 de maio de 2023. © France 24
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O multimilionário americano, fundador da Tesla e da SpaceX, e dono do Twitter, foi recebido no Palácio do Eliseu pelo Chefe de Estado antes de se dirigir ao Palácio de Versalhes. “Existem negociações em andamento” com Elon Musk, revelou em entrevista às emissoras francesas BFMTV/RMC. O ministro da Economia e Finanças julga que a vinda do bilionário americano, que não anunciou investimento para o simpósio da "Choose France", foi “um sinal muito forte. "Todos os investimentos anunciados hoje são fruto de meses, até anos de negociações", acrescentou Bruno Le Maire. 

O ministro da Economia francês, à margem da cúpula "Escolha a França", disse estar "confiante de que a Tesla - pioneira em carros elétricos - fará investimentos significativos no país". No Palácio de Versalhes, o bilionário Elon Musk disse estar "muito impressionado com o acolhimento dado pelo presidente Macron e pelo governo francês à indústria”.

O bilionário americano Elon Musk, a frente da Tesla e do Twitter, foi recebido no Palácio do Eliseu pelo presidente francês Emmanuel Macron. Em 15 de maio de 2023.
O bilionário americano Elon Musk, a frente da Tesla e do Twitter, foi recebido no Palácio do Eliseu pelo presidente francês Emmanuel Macron. Em 15 de maio de 2023. AP - Michel Euler

"Com Elon Musk, falamos sobre a atratividade da França e o progresso significativo nos setores de veículos elétricos e energia. Também falamos sobre a regulação digital. Temos muito o que fazer juntos", escreveu o presidente Emmanuel Macron no Twitter.

Recentemente, Elon Musk e centenas de especialistas mundiais em tecnologia e ciências humanas assinaram um apelo para uma pausa de seis meses na pesquisa sobre Inteligências Artificiais (IAs), alertando para "grandes riscos para a humanidade".

A palavra-chave é reindustrialização  

Desde a primeira edição em 2018, o "Choose France" se tornou, segundo o Palácio do Eliseu, "um evento imperdível". O encontro tem entre seus objetivos reduzir o custo da mão de obra e reindustrializar o país, ao mesmo tempo em que acelera a transição ecológica. 

Dos cerca de 400 convidados recebidos no luxuoso Palácio de Versalhes, 206 são executivos de multinacionais, metade dos quais participam pela primeira vez do evento.  

Estão presentes em particular Sunil Bharti Mittal, presidente do grupo indiano Bharti Enterprises, o presidente executivo da ArcelorMittal Lakhsmi Mittal, e o CEO da Nokia, Pekka Lundmark. 

A segurança do perímetro do Palácio de Versalhes foi reforçada para o evento, tendo em conta "o risco de constituir um alvo privilegiado e simbólico para a perpetração de atos terroristas", segundo um comunicado de imprensa da prefeitura de Yvelines, onde fica o Palácio, que especifica que autorizou dois drones a capturar e transmitir imagens. 

Uma indústria menos poluente

O maior dos 28 projetos anunciados já foi revelado pelo presidente Emmanuel Macron na sexta-feira (12) durante uma viagem a Dunquerque, no norte da França: € 5,2 bilhões para uma fábrica de baterias de nova geração da taiwanesa ProLogium, com previsão de geração de 3.000 postos de trabalho. 

O valor dos subsídios públicos só para este projeto, que ainda não foi validado por Bruxelas, não foi revelado, mas estaria entre € 1 e 1,5 bilhões de euros, segundo o jornal Les Echos

É também em Dunquerque que a chinesa XTC vai construir, com a francesa Orano, uma fábrica de componentes para baterias e reciclagem com investimentos de € 1,5 bilhões. O diretor-executivo da empresa, Jiang Long, está entre os convidados o evento em Versalhes.  

Entre outros projetos, a gigante sueca do mobiliário Ikea anunciou um investimento de € 906 milhões de euros na França até 2026, incluindo a criação de um centro de logística perto de Toulouse, no sul do país. 

No setor farmacêutico, a Pfizer pretende injetar mais € 500 milhões e a britânica GSK quase € 400 milhões. 

Os investimentos apresentados no âmbito do "Escolha a França", no entanto, representam apenas uma pequena parte dos investimentos estrangeiros diretos (IED) realizados anualmente na França. Segundo a agência Business France, 1.725 projetos com capital principalmente estrangeiro foram implantados no território francês, no ano passado. O valor total dos investimentos não é calculado pela Business France, mas segundo a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Cnuced), a França se classificou, em 2021, em sexto lugar na Europa, com US$ 14 bilhões de IED.  

Acompanhar os passos dos americanos

O presidente francês Emmanuel Macron tenta relançar seu segundo mandato de cinco anos, após a  contestada reforma previdenciária que gerou greves no país. Recentemente, ele prometeu trabalhar duro para reindustrializar o país. A França quer companhar os Estados Unidos, que adotaram um plano colossal de ajuda pública à sua indústria em prol da transição energética imposta pelas mudanças climáticas e diante da concorrência chinesa. 

Na linha de frente para que a Europa responda a essas políticas proativas, que ele não considera protecionistas, o presidente apresentou várias medidas destinadas a "acelerar" o despertar da indústria francesa e, ao mesmo tempo, torná-la menos poluente. Entre as medidas está um novo crédito fiscal para a produção de baterias, turbinas eólicas e painéis solares. 

O governo também anunciou a implementação de "procedimentos mais simplificados" para "reduzir pela metade os prazos" de abertura de um novo estabelecimento industrial na França.  A primeira-ministra Elisabeth Borne garantiu no sábado (13) que "não há interrupção na ambição climática" da França. 

(Com informações da AFP)

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