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Macron é recebido com panelaço no centro-oeste da França, apesar de proibição de protestos

O presidente francês, Emmanuel Macron, foi alvo de novas manifestações nesta terça-feira (25), ao continuar seu giro pelo interior da França. Na cidade de Vendôme, no centro-oeste, centenas de pessoas participaram de um panelaço contra a visita do chefe de Estado. Mais cedo, a secretaria de Segurança Pública regional havia proibido protestos no local. 

Um forte dispositivo policial foi organizado para evitar que manifestantes se aproximassem do presidente francês, Emmanuel Macron, que realiza uma visita à cidade de Vendôme, no centro-oeste da França, nesta terça-feira (25).
Um forte dispositivo policial foi organizado para evitar que manifestantes se aproximassem do presidente francês, Emmanuel Macron, que realiza uma visita à cidade de Vendôme, no centro-oeste da França, nesta terça-feira (25). AFP - JEAN-FRANCOIS MONIER
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Macron chegou no início da tarde à cidade e se dirigiu a um centro de saúde universitário. Um forte esquema de segurança foi organizado para que os manifestantes fossem mantidos à distância. 

No entanto, centenas de pessoas, equipadas de panelas, latas de conservas e trompetes, se reuniram nos arredores do centro de saúde. O aposentado Bruno Vivien foi ao protesto com uma corneta. "É para acordar o presidente, para que ele pare de rir das nossas caras", explicou.

A secretaria de Segurança Pública local publicou um decreto proibindo "aglomerações reivindicativas" e "dispositivos sonoros amplificadores de som" perto do centro de saúde. No entanto, várias organizações, entre elas a Liga dos Direitos Humanos (LDH), acionaram o tribunal administrativo da região para contestar a decisão, considerada como um ataque às liberdades individuais e coletivas. 

Macron estava acompanhado do ministro francês da Saúde, François Braun. Ele escolheu a cidade para conversar com profissionais da saúde sobre "problemas de acessos a tratamentos, as profissões do setor e a formação dos trabalhadores", indicou a sede da presidência francesa. O país é palco de um grave problema de "desertos médicos" e várias regiões sofrem com a falta de profissionais. 

Tentativa de apaziguar revolta da população

Desde a semana passada, o presidente percorre algumas regiões da França com o objetivo de conversar com trabalhadores de diversos setores e apaziguar a revolta da população contra a adoção da controversa reforma da Previdência. Desde que o projeto de lei foi apresentado, em janeiro, centrais sindicais convocaram protestos que resultaram no maior movimento de contestação dos últimos 50 anos no país. Os protestos foram acompanhados de forte repressão policial.

Apesar da mobilização recorde, o projeto foi imposto pela primeira ministra Elisabeth Borne, sem a votação dos deputados, no último 16 de março. Após a validação pelo Conselho Constitucional em 14 de abril, Macron promulgou a lei rapidamente, sem atender o pedido de líderes sindicais de aguardar ao menos 48 horas. A decisão do chefe de Estado irritou ainda mais a população.

Na última semana, Macron fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV para explicar a necessidade da reforma. Também pediu a colaboração dos franceses para implementar as mudanças e estabeleceu um período de 100 dias para relançar vários setores, entre eles a justiça e a educação. No dia seguinte, iniciou um giro pelo país que vem sendo marcado por apagões, vaias e insultos

Na segunda-feira (24) o presidente completou um ano de sua reeleição. Em várias cidades francesas, como Lyon, Nantes, Rennes e Marselha, manifestantes se reuniram para realizar panelaços e marcar a data. Em Paris, centenas de pessoas se concentraram diante da prefeitura para um concerto cacofônico às 20h locais. Manifestantes cantaram hinos contra Macron e exibiram faixas e cartazes pedindo sua demissão.

(Com informações da AFP)

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