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França aumenta orçamento da Defesa em meio a tensões crescentes na Europa

A França apresentou nesta terça-feira (4) o projeto de Lei da Programação Militar Francesa (LPM) para o período 2024-2030. O plano prevê aumentos de 3 bilhões de euros a 4 bilhões de euros no orçamento das Forças Armadas por ano. A alta “sem precedentes” acontece em um cenário de retorno da guerra na Europa e inflação alta.

Caças Rafale da Marinha Francesa a bordo do porta-aviões Charles de Gaulle. Arquivo
Caças Rafale da Marinha Francesa a bordo do porta-aviões Charles de Gaulle. Arquivo REUTERS - Stefanos Kouratzis
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O plano foi apresentado ao Conselho de Ministros da França e registra uma recuperação dos recursos da Defesa, após anos de escassez orçamentária. Nunca o setor teve um orçamento tão alto: 413 bilhões de euros em sete anos, conforme já havia anunciado o presidente Emmanuel Macron em janeiro.

Com isso, o orçamento das Forças Armadas será praticamente duplicado entre 2019 e 2030, uma consequência imediata da invasão da Rússia na Ucrânia e da presença de artilharia inimiga cada vez mais perto da Europa.

Este orçamento polpudo permitirá à França fortalecer a dissuasão nuclear e a capacidade de lidar com um conflito de alta intensidade, mas também reforçará as Forças Armadas em novas fronteiras de conflito como o cibernético, o fundo do mar e o espaço.

Entre as prioridades estarão a modernização da artilharia de longo alcance e o início da construção de um novo porta-aviões nuclear, até 2038. O Estado também julga necessário financiar programas de pesquisa para os aviões e tanques do futuro.

O orçamento da Defesa francesa vai aumentar em 3,1 bilhões de euros em 2024, crescendo 3 bilhões de euros por ano entre 2025 e 2027,  até chegar a aumento de 4,3 bilhões de euros por ano a partir de 2028, já após o fim do mandato de cinco anos de Emmanuel Macron.

Este orçamento ainda precisa ser aprovado pelo Parlamento. “Possivelmente será necessário prever aumentos suplementares” em função das ameaças, sublinha o Ministro da Defesa, Sébastien Lecornu. Ele estima que a lei seja ratificada até 14 de julho.

Despesas adicionais

O ministro Sébastien Lecornu pretende ainda solicitar uma despesa adicional de 1,5 bilhão de euros em 2023, além do atual orçamento de 43,9 bilhões de euros. A complementação serviria para compensar as perdas com a inflação e "emergências operacionais" como, por exemplo, a compra de drones e anti-drones, uma das fragilidades do sistema militar francês, como ficou claro durante guerra da Ucrânia. Os drones deverão ser usados também nos Jogos Olímpicos Paris 2024.   

Já a entrega de 42 aviões de combate Rafale, previstos para 2027-2030, foi adiada para 2032.

“É um esforço significativo, mas isso não significa que seja uma opulência”, aponta o deputado Jean-Charles Larssoneur, do partido de direita Horizons, e um membro da Comissão de Defesa.

Entre os políticos da esquerda, no entanto, houve críticas ao aumento do orçamento da defesa em plena crise da reforma da Previdência.

(Com informações da RFI e da AFP)

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