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Imigrantes de fora da Europa sofrem mais discriminação no mercado de trabalho francês, diz estudo

Mais desempregados, mais expostos a trabalhos penosos, menos bem pagos, sentindo-se discriminados: os imigrantes de fora da Europa estão em desvantagem no mercado de trabalho francês, segundo um estudo do Instituto Nacional de Estatística e Estudos Econômicos (Insee) publicado nesta quinta-feira (30).

Manifestantes contra o racismo e a violência policial reunidos na Place de la République em Paris, em 13 de junho de 2020.
Manifestantes contra o racismo e a violência policial reunidos na Place de la République em Paris, em 13 de junho de 2020. REUTERS/Benoit Tessier
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Quando estão em idade ativa, mulheres e homens imigrantes estão mais frequentemente desempregados. Em 2021, entre os trabalhadores dos 15 aos 74 anos, 14% das mulheres imigrantes e 12% dos homens estão desempregados, contra 7% das mulheres e homens que não são imigrantes nem descendentes de imigrantes.

A taxa de atividade das mulheres imigrantes (62%) é dez pontos inferior à das mulheres sem ascendência imigrante (72%). É particularmente baixa para as mulheres imigrantes da Turquia ou do Oriente Médio (45%) e do Norte da África (54%).

Ainda de acordo com este estudo do Insee, intitulado “Imigrantes e descendentes de imigrantes na França”, os imigrantes assalariados têm mais frequentemente contratos de trabalho com duração limitada e também ocupam com maior frequência empregos menos qualificados, associados a salários e condições de trabalho mais baixas.

Assim, 39% dos homens imigrantes empregados são operários, contra 29% dos homens que não são imigrantes nem descendentes de imigrantes.

Descendentes

As desigualdades de situação no mercado de trabalho tendem a diminuir para os descendentes de imigrantes, mas alguns grupos, em particular os descendentes de imigrantes do Magreb e da África subsaariana, "permanecem com salários mais baixos e taxas de desemprego mais altas do que o resto da população", observam os pesquisadores do Insee.

Isso sem dúvida explica por que "o sentimento de discriminação é acentuado para os descendentes de imigrantes", que mais frequentemente declaram que os imigrantes sofrem preconceito.

Em 2019-2020, 41% dos descendentes de imigrantes da África Saheliana e 46% dos provenientes da Guiné ou da África Central relatam ter sofrido tratamento desigual ou discriminação, taxas superiores às dos imigrantes das mesmas origens (respectivamente 34% e 40%).

O primeiro local de discriminação relatado é o mercado de trabalho, seja na contratação ou no local de trabalho.

O estudo observa que "este sentimento de discriminação anda de mãos dadas com um sentimento de falta de reconhecimento como francês para os descendentes de imigrantes".

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